Mais de 10 mil combatentes do Estado Islâmico ainda estão ativos entre o Iraque e a Síria. A informação foi confirmada na segunda (24) por Vladimir Voronkov, chefe do Comitê Antiterrorismo da ONU (Organização das Nações Unidas).
O grupo extremista foi derrotado há dois anos no Oriente Médio, mas seus ataques aumentaram em 2020, após o início da pandemia. De acordo com Voronkov, os combatentes se espalharam para além das zonas de conflito dos dois países.
Nos locais mais visados pelas tropas estrangeiras, a ameaça parece ter diminuído a curto prazo. Essa mudança no perfil dos ataques seria uma consequência da pandemia, vista como uma “oportunidade” pelos extremistas para ganhar território.
“Há uma tendência contínua de ataques por indivíduos inspirados pela internet. Eles agem sozinhos ou em pequenos grupos, o que pode alimentar a propaganda oportunista do Estado Islâmico durante a crise da Covid-19″, apontou Voronkov.
O surto do coronavírus colabora para a propagação do terrorismo, que explora os impactos da crise econômica para convencer e recrutar novos aliados. Um movimento semelhante já foi identificado no Afeganistão.
Hoje, a África é o grande foco da propaganda global do Estado Islâmico. A ONU estima que o grupo já tenha 3,5 mil membros, espalhados por todo o continente.
A organização terrorista tenta se aproximar dos grupos que dominam Burkina Faso, Mali e Níger, apontou Voronkov. “Eles representam uma ameaça potente”. Os recentes ataques na RD Congo e em Moçambique também preocupam organizações internacionais.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.