Mais de 10 mil combatentes do Estado Islâmico ainda estão ativos entre o Iraque e a Síria. A informação foi confirmada na segunda (24) por Vladimir Voronkov, chefe do Comitê Antiterrorismo da ONU (Organização das Nações Unidas).
O grupo extremista foi derrotado há dois anos no Oriente Médio, mas seus ataques aumentaram em 2020, após o início da pandemia. De acordo com Voronkov, os combatentes se espalharam para além das zonas de conflito dos dois países.
Nos locais mais visados pelas tropas estrangeiras, a ameaça parece ter diminuído a curto prazo. Essa mudança no perfil dos ataques seria uma consequência da pandemia, vista como uma “oportunidade” pelos extremistas para ganhar território.
![Mais de 10 mil combatentes do EI seguem ativos no Iraque e na Síria, diz ONU](https://areferencia.com/wp-content/uploads/2020/08/38836159061_258f655f60_o.jpg)
“Há uma tendência contínua de ataques por indivíduos inspirados pela internet. Eles agem sozinhos ou em pequenos grupos, o que pode alimentar a propaganda oportunista do Estado Islâmico durante a crise da Covid-19″, apontou Voronkov.
O surto do coronavírus colabora para a propagação do terrorismo, que explora os impactos da crise econômica para convencer e recrutar novos aliados. Um movimento semelhante já foi identificado no Afeganistão.
Hoje, a África é o grande foco da propaganda global do Estado Islâmico. A ONU estima que o grupo já tenha 3,5 mil membros, espalhados por todo o continente.
A organização terrorista tenta se aproximar dos grupos que dominam Burkina Faso, Mali e Níger, apontou Voronkov. “Eles representam uma ameaça potente”. Os recentes ataques na RD Congo e em Moçambique também preocupam organizações internacionais.
No Brasil
Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.