Após caso ocorrido no Brasil, soldados israelenses enfrentam ameaças legais globais

Acusações se estendem além do Brasil, de onde um militar precisou fugir para não ser preso após um processo por crimes de guerra

O recente episódio de um ex-soldado israelense que passava férias no Brasil e precisou fugir após ser acusado de crimes de guerra sublinha um desafio crescente para militares que atuaram em Gaza: enfrentar processos legais internacionais. As informações são da rede CNN.

A Fundação Hind Rajab (HRF), que representa interesses pró-palestinos, acusou o ex-militar de participar de demolições sistemáticas em Gaza, o que desencadeou um mandado de investigação pela polícia brasileira. Este caso é apenas um exemplo de como soldados israelenses têm sido alvos de ações judiciais ao redor do mundo.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel, em resposta à crescente onda de processos, mobilizou-se rapidamente para garantir a segurança do cidadão israelense envolvido. O ministro Gideon Saar afirmou que ações como essa fazem parte de “uma campanha sistemática e antissemita” que visa negar o direito de Israel à auto-defesa.

Chefe do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi (dir.), conversa com soldados (Foto: WikiCommons)

Essas acusações não se limitam ao território brasileiro, já que a HRF também tem buscado a detenção de soldados israelenses em países como Tailândia, Sri Lanka e Chile. Em um caso no território cingalês, a organização chegou a apelar para as autoridades locais, o Tribunal Penal Internacional (TPI) e a Interpol, exigindo a prisão de um soldado por supostamente matar um civil em Gaza.

O Ministério das Relações Exteriores israelense tem alertado seus cidadãos sobre o risco de postagens nas redes sociais relativas ao serviço militar serem usadas contra eles em processos judiciais infundados. Esta estratégia legal contra soldados individuais representa uma mudança significativa, pois anteriormente grupos ativistas focavam em oficiais de alta patente e políticos.

Em Israel, a situação gerou controvérsia política, com líderes oposicionistas e governamentais trocando acusações sobre a competência do governo em proteger seus cidadãos no exterior.

“Nós vemos vocês como a única parte responsável por remover o risco legal que nossos filhos enfrentam,” declarou um grupo de mães de soldados israelenses em uma carta ao Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu e ao Chefe de Estado-Maior da IDF.

O Comitê de Relações Exteriores e Segurança do Knesset, o parlamento israelense, discutirá as ações sendo tomadas contra soldados israelenses globalmente nesta segunda-feira (6), conforme aumentam os esforços internacionais para responsabilizar israelenses que serviram na guerra, embora até agora nenhuma prisão ou julgamento tenha sido confirmado.

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