Um ataque aéreo israelense em Gaza, no último sábado (30), atingiu um veículo e deixou cinco mortos, incluindo trabalhadores da organização humanitária World Central Kitchen (WCK). As Forças de Defesa de Israel (IDF) declararam que um dos mortos era membro do Hamas e teria participado do ataque de 7 de outubro, que desencadeou a atual guerra. As informações são da agência Associated Press (AP).
A WCK, que fornece alimentos em zonas de conflito, afirmou estar “devastada” com a perda de seus colaboradores e declarou não ter conhecimento de vínculos entre os ocupantes do carro e os ataques citados. A organização suspendeu suas atividades em Gaza, como já havia feito após um ataque israelense em abril que matou sete de seus trabalhadores.
As IDF identificaram uma das vítimas como Ahed Azmi Qdeih, acusando-o de envolvimento no ataque ao kibutz Nir Oz. Parentes do homem, no entanto, negaram as acusações, classificando-as como “falsas”. “Hoje, ele saiu como de costume para trabalhar e foi alvejado sem aviso ou razão”, disse seu tio, Nazmi Ahmed.
O episódio destaca os riscos enfrentados por organizações humanitárias em Gaza, onde milhões de pessoas sofrem com a fome e o deslocamento forçado. Testemunhas relataram destruição e mortes em outros bombardeios, incluindo um ataque a um ponto de distribuição de alimentos em Khan Younis que matou 13 pessoas.
A escalada do conflito resultou em mais de 44 mil mortos em Gaza, de acordo com autoridades locais, que afirmam que metade das vítimas são mulheres e crianças. Apesar de tentativas de trégua, o cenário permanece devastador. “Eles estavam distribuindo ajuda quando o míssil caiu”, relatou Rami Al-Sori, testemunha de um dos ataques.
No plano internacional, o bombardeio levantou questionamentos sobre os critérios de Israel para alvos humanitários. “O sofrimento dos civis pode ser mitigado se houver mais transparência e respeito às normas internacionais”, afirmou a organização Save the Children, que também perdeu um funcionário no ataque.