Cerca de 20 comandantes iranianos morreram nesta sexta-feira (13) no ataque israelense contra instalações nucleares e bases militares do Irã, em uma operação que, segundo uma autoridade israelense ouvida pela emissora estatal Kan, foi coordenada com os EUA. A fonte afirmou ainda que reportagens recentes sobre um suposto atrito entre o presidente norte-americano Donald Trump e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foram “um disfarce” para enganar a liderança iraniana e criar uma falsa sensação de segurança em Teerã. as informações são da agência Reuters.
A revelação contrasta com o tom da visita de Netanyahu à Casa Branca, em abril, quando Trump surpreendeu o aliado ao anunciar a retomada de negociações diretas com o Irã sobre o programa nuclear. O governo americano estabeleceu um prazo informal de dois meses para a assinatura de um novo acordo, mas esse prazo terminou na véspera dos ataques — o que abriu espaço para a ofensiva. Netanyahu, que há décadas defende publicamente a destruição das capacidades nucleares iranianas, aproveitou a oportunidade para agir.

Entre os mortos estão figuras centrais do aparato militar iraniano, como Hossein Salami, comandante da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês); Mohammad Bagheri, chefe do Estado-Maior das Forças Armadas; e Amir Ali Hajizadeh, chefe da Força Aeroespacial e apontado por Israel como o cérebro dos ataques com mísseis contra seu território. Também foram mortos seis cientistas ligados ao programa nuclear iraniano.
Os bombardeios atingiram usinas, fábricas de mísseis balísticos e centros de comando do regime, incluindo uma base próxima a Natanz, um dos principais complexos nucleares do Irã. Fontes militares israelenses informaram que quatro sistemas de defesa aérea de fabricação russa foram desativados durante a operação, facilitando os ataques.
A ofensiva marca uma escalada significativa no confronto entre os dois países, após anos de retórica e ações indiretas. Em pronunciamento ao país, Netanyahu justificou a decisão comparando a ameaça iraniana ao Holocausto. “Quase um século atrás, diante dos nazistas, uma geração de líderes falhou em agir a tempo. […] Bem, o ‘nunca mais’ é agora. Israel mostrou que aprendeu as lições da história.”
O Irã nega buscar armas nucleares e afirma que seu programa atômico tem fins pacíficos. Ainda assim, na quinta-feira (12), a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) declarou que Teerã está em violação de seus compromissos de não proliferação — algo que não ocorria havia quase duas décadas.