Chanceler francês chega ao Líbano para intermediar crise que paralisa o país

Antiga metrópole é antiga interlocutora de Beirute junto ao Ocidente; país tenta recursos com FMI

O chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, chegou nesta quinta (23) à capital do Líbano, Beirute, para tentar interferir junto ao governo local pela adoção de reformas que são condicionais à concessão de ajuda estrangeira.

Representante da antiga metrópole libanesa, Le Drian permanece dois dias no país. Na agenda, há encontros com o primeiro-ministro, Hassan Diab, o presidente, Michel Aoun, e o líder do Parlamento Nabih Berri, segundo o canal catari Al-Jazeera.

O Líbano, em moratória técnica perante seus credores externos desde o início do ano, tenta destravar linhas de crédito para desafogar a economia. O país vive sua mais grave crise desde o fim da guerra civil, em 1990.

Chanceler francês chega ao Líbano para intermediar crise que paralisa o país
O chanceler da França, Jean-Yves Le Drian, em imagem de 2016 (Foto: Jérémy Barande/École Polythechnique)

Entre elas, há US$ 10 bilhões via FMI (Fundo Monetário Internacional). O problema é que o Fundo condiciona suas linhas à imposição de reformas impopulares, que incluem compressão das importações, privatizações, cortes de subsídios e outras medidas austeras de ajuste fiscal.

O Líbano também tenta conseguir US$ 11 bilhões de credores oficiais em 50 países e organizações estrangeiras. Esse valor seria concedido ao longo de cinco anos, mas permitiria um respiro às contas externas do país.

A promessa foi feita em 2018, após conferência em Paris, na França – o país é, historicamente, o principal fiador do Líbano perante o exterior. Agora, Le Drian pede ao país que “ajude para ser ajudado”, segundo a emissora.

O problema é que Beirute está cada vez mais isolada. O Hezbollah, financiado pelo Irã e parte da base de sustentação do premiê Diab, é considerado uma organização terrorista na maioria dos países do Ocidente e entre as nações árabes no Golfo Pérsico.

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