Emirados Árabes alteram regras de visto para atrair expatriados de alta renda

Chefes de companhias aéreas, fundadores de aplicativos famosos e ex-jogador do Real Madrid já têm passaporte

Os Emirados Árabes Unidos alteraram as regras para visto permanente no último sábado (1) em uma medida para impulsionar a economia, apontou a Bloomberg. A possibilidade de cidadania tem um seleto grupo de estrangeiros como público-alvo e mira transformar o país em um “atrativo de talentos”.

Com a mudança, expatriados que antes eram encorajados a deixar o território ao fim de seus trabalhos agora são estimulados a permanecer no país – desde que seus rendimentos sejam compatíveis com as expectativas do governo. O governo espera aumentar os gastos domésticos e sustentar o preço das propriedades.

De acordo com o britânico “Financial Times”, os executivos Tim Clark, de Aruba e Tony Douglas, dos EUA, chefes das companhias aéreas Emirates e Etihad Airways já são cidadãos. O ex-jogador espanhol do Real Madrid, Michel Salgado, também recebeu um passaporte. Hoje ele dirige um clube de futebol em Dubai.

Emirados Árabes Unidos alteram regras de visto para atrair expatriados de renda alta
Noite em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, em maio de 2014 (Foto: Divulgação/Brian Hawkins)

A lista de novos cidadãos inclui os fundadores da Careem, um aplicativo de carona comprado pelo Uber, e o Souq.com, grupo de comércio eletrônico adquirido pela Amazon popular no Golfo Pérsico.

“Queremos que as pessoas chamem Abu Dhabi de casa”, disse o presidente do departamento econômico da capital emirati, Mohammed Al Shorafa Al Hammadi. “Não queremos que a permanência seja de curto prazo, mas para crescer e viver até a aposentadoria”.

Baixa do petróleo forçou mudança

Os cidadãos com visto permanente dos Emirados Árabes Unidos podem viajar pelos países do Golfo sem visto e adquirir propriedades em qualquer lugar do país e não apenas em zonas designadas para compradores estrangeiros.

Os residentes estrangeiros representam mais de 80% da população do país do Oriente Médio. Até a alteração, eles não tinham direito à cidadania mesmo se tivessem nascido e sido criados no território.

Na pandemia, 8,4% da população de Dubai deixou o país – a grande maioria depois que o residente principal perdeu o emprego. A queda nos preços do petróleo, porém, podem ter forçado as autoridades a mudar de ideia.

A mudança também deve incluir “golden visas” de dez anos para milhares de profissionais expatriados e suas famílias – os portadores desses vistos recebem regalias após investimentos no país. Na regra anterior, os trabalhadores tinham que pagar até US$ 2 mil – R$ 10,5 mil – para um visto de residência a cada três anos. Com várias exigências, os processos incluíam testes de HIV, entre outros.

Membros do governo adiantaram a possibilidade de Abu Dhabi descriminalizar a homossexualidade e abrir cassinos para impulsionar o setor de turismo. Em abril, porém, o governo emirati negou que licenciaria os jogos de azar.

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