EUA anunciam sanções contra rede suspeita de financiar houthis no Iêmen

Rede pertenceria a financista houthi no Irã e já teria gerado milhões de dólares via venda de commodities, como petróleo

O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou sanções contra uma rede suspeita de financiar o Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã e os rebeldes houthis do Iêmen, nesta quinta (10).

A rede seria chefiada pelo financista houthi do Irã Sa’id al-Jamal e já teria gerado milhões de dólares com a venda de commodities, em especial petróleo. Os recursos teriam como destino uma “complexa rede de intermediários” e casas de câmbio em diversos países até que cheguem aos líderes houthis.

“O apoio permite os ataques que minam os esforços para encerrar o conflito”, disse a diretora de Controle de Ativos Estrangeiros do Tesouro, Andrea Gacki.

EUA lançam sanções sobre rede financeira suspeita de financiar houthis no Iêmen
Criança assiste a destruição de Sanaa, capital do Iêmen, após ataque aéreo, abril de 2015 (Foto: Unicef/Ahmed Jahaf)

As represálias devem negar o acesso de Al-Jamal e 12 de seus principais parceiros de negócios, de Turquia, Grécia e Emirados Árabes Unidos, ao sistema financeiro global. Cidadãos e entidades norte-americanos não poderão realizar negócios com o grupo, e propriedades nos EUA estão bloqueadas.

As sanções contra o apoio aos houthis são parte do esforço de Joe Biden para encerrar a guerra por procuração entre o Irã e a Arábia Saudita no país do Oriente Médio. O presidente anunciou que a resolução do conflito estava entre as prioridades de seu governo.

Desde 2014, a guerra do Iêmen já escalou para a maior crise humanitária do mundo. Mais de 20 milhões dependem de assistência humanitária para viver, e quatro milhões foram expulsos de suas casas, conforme a ONU (Organização das Nações Unidas).

Suspensão de sanções ao Irã

Washington suspendeu as sanções contra três funcionários do governo do Irã e duas empresas envolvidas no comércio de produtos petrolíferos iranianos. Um funcionário do Tesouro disse à Reuters que a remoção era “rotina” e que não integra as negociações para reviver o acordo nuclear de 2015.

Os membros do Conselho de Segurança da ONU e o Irã devem retomar a sexta rodada de negociações neste sábado (12), dias antes da eleição que escolherá o novo presidente do Irã, no dia 18.

Na terça (8), o secretário de Estado Antony Blinken afirmou que “centenas de sanções permanecerão em vigor” mesmo se o Irã retomar o cumprimento do JCPOA (Plano Conjunto de Ação Abrangente), registrou a RFE (Radio Free Europe).

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