Hamas e Fatah chegam a consenso sobre eleições da Palestina

Grupos rivais afirmam que irão respeitar o primeiro pleito em 15 anos, que acontece em maio e em julho

As lideranças palestinas e rivais Fatah e Hamas chegaram a um consenso sobre as próximas eleições da Palestina nesta quarta (10). Os grupos participaram de uma rodada de discussões na capital do Egito, Cairo, na terça-feira.

Ao todo, 14 grupos se comprometeram a respeitar o resultado das próximas eleições, de acordo com a emissora francesa RFI. A escolha dos legisladores está prevista para 22 de maio, enquanto a nova Presidência será escolhida em 31 de julho.

O pleito é o primeiro em 15 anos. Após anos de cisão, os movimentos palestinos decidiram colaborar uns com os outros depois que Israel conseguiu o reconhecimento de três países muçulmanos, via intermediação dos EUA, em 2020 – Bahrein, Emirados Árabes Unidos e Sudão.

Desde que o Hamas venceu o último pleito, em 2006, as diferenças entre os movimentos partiram em dois o território palestino. Enquanto a Fatah controla a Cisjordânia, o rival domina a Faixa de Gaza.

Hamas e Fatah chegam a consenso sobre eleições da Palestina
Bandeiras da Palestina na Faixa de Gaza (Foto: WikiCommons/Joi Ito)

Palestinos em Jerusalém também devem votar

Em uma declaração conjunta, Hamas e Fatah concordaram com uma entidade legal que validará os resultados eleitorais em caso de litígio – questão espinhosa discutida há anos pelas duas principais forças políticas do território.

A Autoridade Palestina deverá criar um “tribunal consensual” que supervisionará o processo eleitoral. O comitê também deverá garantir um número igual de candidatos para os dois lados.

Além disso, os cerca de 300 mil palestinos residentes na parte oriental de Jerusalém, anexada por Israel, também devem votar. Os grupos pediram à UE (União Europeia) que intervenha junto a Tel Aviv para permitir a votação.

No encontro, os grupos ainda concordaram que nenhuma facção deve chegar perto das seções eleitorais. A polícia será a única a vigiar os postos. Novas discussões devem ocorrer em março, também no Cairo.

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