Os rebeldes Houthis do Iêmen ameaçaram estender seus ataques a navios com destino a Israel até o Mediterrâneo, após meses de ataques no Mar Vermelho. Apoiado pelo Irã, o grupo afirma estar agindo em apoio aos palestinos durante o conflito entre Israel e Hamas. As informações são do site The Defense Post.
Em um discurso televisionado na última sexta-feira (3), o porta-voz rebelde Yaha Sarea afirmou que os Houthis visarão os navios que se dirigem aos portos israelenses em qualquer área ao alcance deles. Ele declarou: “Teremos como alvo todos os navios que se dirijam aos portos israelenses no Mar Mediterrâneo, em qualquer área que possamos alcançar”.
Usando drones e mísseis em seus ataques, os Houthis começaram a atacar navios comerciais em novembro, sob o argumento de que eles servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito entre o Estado judeu e o Hamas. Atualmente, porém, mesmo navios sem relação com Israel têm sido atacados.
Em uma declaração separada, o porta-voz militar Yaha Sarea afirmou que a escalada envolve “o ataque a todos os navios que violam a proibição da navegação israelita e que se dirigem para os portos da Palestina ocupada a partir do Mar Mediterrâneo, em qualquer área acessível dentro da nossa ampla zona”.
Os rebeldes iemenitas lançaram um ataque de drone contra o navio porta-contêineres MSC Orion na segunda-feira, no Oceano Índico. A embarcação, de bandeira portuguesa, estava em trânsito entre os portos de Sines, em Portugal, e Salalah, em Omã. De acordo com dados do LSEG, que também fornece serviços de dados e tecnologia para o mercado financeiro global, a empresa Zodiac Maritime é a proprietária registrada da embarcação.
A Zodiac Maritime, parcialmente de propriedade do empresário israelense Eyal Ofer, está no centro das atenções após anúncios recentes. No Iêmen, os Houthis ameaçam estender seus ataques a navios com destino a Israel até o Mediterrâneo. Essa declaração surge após o Irã anunciar a libertação da tripulação de outro navio de bandeira portuguesa ligado à Zodiac Maritime e a Ofer. Este navio, o MSC Aries, havia sido apreendido pela Guarda Revolucionária do Irã no Estreito de Ormuz.
Ataques retaliatórios dos EUA e do Reino Unido seguiram a campanha dos Houthis, levando à formação de uma coligação naval internacional para proteger a rota comercial vital. Como resultado da ofensiva, o frete ficou mais caro, gerando a expectativa de que a economia global seja afetada. Pela região passa cerca de 15% do comércio global.
Com os portos mediterrânicos de Israel a cerca de dois mil quilômetros ao norte do Iêmen, a extensão da ameaça rebelde para essa região permanece incerta.
Segundo especialistas, o arsenal dos rebeldes Houthis inclui mísseis balísticos com alcance de 1,6 mil a 1,9 mil km, além de drones iranianos Shahed-136, capazes de percorrer até dois mil km. Embora tenham ameaçado expandir seus ataques ao Oceano Índico e a navios que evitam a costa do Iêmen ao contornar a África Austral, o foco principal permanece no Mar Vermelho e no Golfo de Aden.