Irã atribui explosões em gasoduto a um ataque realizado por Israel

Episódio ocorrido na semana passada foi classificado por Teerã como um 'ato terrorista de sabotagem' do Estado judeu

Nesta quarta-feira (21), o ministro do Petróleo do Irã, Javad Owji, acusou Israel de realizar um ataque com objetivo de sabotar um gasoduto iraniano na semana passada, segundo informações da agência Associated Press.

As alegações surgem em um contexto de tensões crescentes entre duas nações, exacerbadas pelo conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza. Elas também vêm na esteira de acusações anteriores ao Estado judeu relacionadas a ataques a instalações nucleares no Irã, bem como do assassinato de um cientista do país inimigo.

O ataque da semana passada, classificado por Owji como um “ato terrorista de sabotagem” e “uma conspiração de Israel” para comprometer o serviço de gás nas províncias, teve como alvo a principal rede de gasodutos sul-norte do Irã, resultando em duas explosões no dia 14 de fevereiro.

Ministro do Petróleo do Irã, Javad Owji (Foto: WikiCommons)

O ministro acrescentou que, porém, em questão de duas horas, uma equipe conseguiu “conter a conspiração israelense”, que “causou apenas danos” nas tubulações.

Devido aos ataques que atingiram dois gasodutos, um no condado de Borujen, na província de Chaharmahal e Bakhtiari, e outro em Khorrambid, na província de Fars, várias indústrias e empresas na província de Lorestan, no oeste do país, precisaram fechar por várias horas, conforme relatado pela agência de notícias estatal Irna.

Israel não admitiu o ataque, o que é comum, já que raramente reconhece suas missões de espionagem no exterior. O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, conhecido por ser um adversário de Teerã, não comentou sobre o assunto. As explosões da semana passada atingiram um gasoduto de gás natural que se estende do oeste do Irã até cidades no Mar Cáspio, cobrindo cerca de 1.270 quilômetros.

Apesar de negar, o Irã apoia indiretamente grupos que atacam Israel e os EUA, como os rebeldes Houthis no Iêmen e o Hezbollah no Líbano. Eles também foram implicados em apoiar o Hamas e outras facções palestinas. Em dezembro, um grupo de hackers, supostamente ligado a Israel, admitiu ter atacado os postos de combustível do Irã.

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