As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) iniciaram na segunda-feira (30) uma incursão terrestre no sul do Líbano, colocando soldados no território do país pela primeira vez desde 2006. Sob o argumento de enfraquecer o Hezbollah, grupo local apoiado por Teerã, o Estado judeu planeja uma operação curta e concentrada, apostando suas fichas no mesmo destacamento que obteve sucesso nas operações contra o Hamas na Faixa de Gaza.
A invasão israelense vem sendo liderada pela Divisão 98 das IDF, comandada pelo brigadeiro-general Guy Levi. O governo israelense diz que os ataques em solo libanês são “limitados, localizados e direcionados”, segundo a rede NBC News, com o objetivo de empurrar o Hezbollah para mais longe da fronteira e assim estabelecer um perímetro de segurança.
“Algumas horas atrás, as IDF começaram ataques terrestres limitados, localizados e direcionados com base em inteligência precisa contra alvos terroristas e infraestrutura do Hezbollah no sul do Líbano”, disseram autoridades de Israel. “Esses alvos estão localizados em vilas perto da fronteira e representam uma ameaça imediata às comunidades israelenses no norte de Israel.”
Em um primeiro momento, o chefe de imprensa do Hezbollah, Mohammad Afif, desmentiu que as forças de Israel tivessem entrado no Líbano, de acordo com a rede Al Jazeera. “Todas as alegações sionistas de que as forças de ocupação [israelenses] entraram no Líbano são falsas”, disse ele.
Mesmo do lado de Israel veio a informação de que suas forças não enfrentaram diretamente o Hezbollah no início da incursão terrestre. O plano inicial era realizar uma operação maior, mas o Estado judeu foi desencorajado por Washington, conforme relato da NBC News. Ainda assim, o governo norte-americano teme uma mudança de postura e pressiona o aliado por um cessar-fogo que evite uma escalada regional.
Após confirmar a invasão, Israel revelou que essa já vinha sendo uma prática frequente, com cerca de 70 pequenas incursões por terra contra cerca de mil instalações do Hezbollah nos últimos meses, segundo o jornal The Times of Israel. O objetivo foi destruir túneis e armas localizados tanto em vilas libanesas ocupadas por civis quanto em regiões de mata.
Nesta terça-feira (1º), o Hezbollah relatou uma medida retaliatória, dizendo ter disparado mísseis contra a sede do Mossad, o serviço de inteligência israelense. De acordo com a revista Newsweek, entretanto, os artefatos erraram o alvo e atingiram uma estrada nas imediações, deixando duas pessoas levemente feridas pelos estilhaços.