Israel prende ativista palestina por citar Hitler e incentivar ‘massacre’ de judeus

Governo israelense diz que Ahed Tamimi, de 22 anos, usou o Instagram para pregar a violência. Mãe nega que a postagem seja dela

O governo de Israel anunciou na segunda-feira (6) a prisão da jovem ativista palestina Ahed Tamimi, de 22 anos. Acusada de pregar o “massacre” de judeus, ela foi detida durante uma operação realizada na Cisjordânia, segundo informações da rede CBS News.

Oficialmente, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) alegam que Tamimi foi detida para interrogatório, sob “suspeita de incitar a violência e apelar à realização de atividades terroristas.”

Ao justificarem a acusação, as autoridades exibiram imagens de um post feito na rede social Instagram pelo perfil “ahed_tamimi15”. O texto, em árabe e hebraico, pregava violência contra colonos israelenses e fazia referência ao Holocausto. Atualmente a conta é privada, com duas publicações e 12 seguidores.

A jovem ativista palestina Ahed Tamimi, presa por Israel na Cisjordânia em novembro de 2023 (Foto: Diario de Madrid/WikiCommons)

“Nossa mensagem aos rebanhos de colonos é que estamos esperando por vocês em todas as cidades da Cisjordânia, de Hebron a Jenin”, diz o citado post, de acordo com o jornal Times of Israel. “Nós vamos massacrar vocês e vocês dirão que o que Hitler fez com vocês foi uma piada. Nós beberemos seu sangue e comeremos seus crânios. Vamos, estamos esperando por você.”

O ministro da Segurança Nacional Itamar Ben Gvir, membro da extrema direita israelense, celebrou a prisão da jovem, chamada por ele de “terrorista”.

A mãe da ativista , porém, negou que a filha tenha sido autora do texto, conforme relatou a agência AFP. “Existem dezenas de páginas (online) em nome de Ahed com a sua foto, com as quais ela não tem qualquer ligação”, disse Nariman al-Tamimi.

A jovem ganhou fama aos 14 anos de idade, quando mordeu um soldado israelense que tentava prender o irmão dela durante uma manifestação popular. Dois anos mais tarde, agrediu outro agente de segurança e acabou detida, cumprindo mais tarde oito meses de prisão.

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