Grupo terrorista poderoso na Síria diz que um de seus líderes foi morto pelo Estado Islâmico

Abu Maria al-Qahtani era um dos comandantes do Hayat Tahrir al-Sham, que controla o último reduto rebelde no país

O Hayat Tahrir Al-Sham (HTS), um grupo baseado na Síria e classificado por Washington como terrorista, anunciou nesta sexta-feira (5) que um de seus líderes, Abu Maria al-Qahtani, morreu no ataque de um homem-bomba supostamente ligado ao Estado Islâmico (EI). As informações são do site The Defense Post.

“Abu Maria al-Qahtani foi martirizado após um ataque traiçoeiro de um membro do grupo Estado Islâmico usando um cinturão explosivo”, disse o HTS através de seus canais oficiais de propaganda.

A informação foi confirmada pelo Observatório Sírio para os Direitos Humanos, que conta com uma rede de fontes na Síria. Segundo a entidade, que não fez menção ao EI como autor do ataque, dois aliados de al-Qahtani ainda ficaram “gravemente feridos depois que um homem-bomba se explodiu.”

Abu Mohammed al-Golani (esq.), líder do grupo extremista Hayat Tahrir al-Sham (Foto: reprodução/Twitter)

O HTS está inserido na guerra civil da Síria como um dos muitos grupos de oposição ao presidente Bashar al-Assad. A facção extremista, assim listada pelos EUA desde 2018, governa o último reduto rebelde no norte do país, onde as forças do governo não conseguem se impor. É especialmente poderosa em Idlib, Hama, Aleppo e Latakia.

Liderado por Abu Mohammed al-Golani, terrorista igualmente procurado pelos norte-americanos, o HTS aproveita o fato de ser inimigo do governo sírio, este apoiado por Rússia e Irã, para tentar se aproximar do Ocidente. Essa busca por legitimidade levou a facção a se desligar da Al-Qaeda em 2017.

Al-Qahtani, por sua vez, era um extremista sancionado pelos EUA desde 2012, sob acusação de ter ajudado a espalhar a ideologia da Al-Qaeda na Síria. Ele era líder do grupo extremista Jabhat al-Nusra, ainda hoje ligado à Al-Qaeda, mas que sofreu uma fragmentação em 2017 e assim deu origem ao HTS.

Até o mês passado, al-Qatani esteve em uma prisão gerenciada pelo HTS, sob a acusação de ter fornecido informações a uma facção rival. Porém, ele acabou inocentado e foi libertado em 7 de março, sendo agora morto supostamente pelo EI.

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