Grupo ligado à Al-Qaeda liberta jornalista dos EUA detido há seis meses na Síria

Bilal Abdul Kareem foi preso pelo HTS em agosto por reportagens sobre sobre áreas controladas por rebeldes

O grupo HTS (Hayat Tahrir al-Sham), ligado à Al-Qaeda, libertou na quarta (17) o jornalista norte-americano baseado na Síria Bilal Abdul Kareem, confirmou o diário árabe “Asharq Al-Awsat”.

Bilal estava sob poder dos extremistas desde agosto do ano passado. Natural de Nova York, o repórter vivia no noroeste da Síria – região dominada por forças rebeldes desde 2012.

Em seu canal no YouTube, Bilal relatava as campanhas militares do governo sírio em áreas dominadas pela oposição. Antes de ser preso, ele denunciou casos de tortura nas prisões do HTS. Washington designou o grupo como terrorista em 2018.

Grupo ligado à Al-Qaeda liberta jornalista dos EUA detido há seis meses na Síria
O jornalista norte-americano baseado na Síria, Bilal Abdul Kareem, 2020 (Foto: Reprodução/Facebook/Bilal Abdul Kareem)

Em nota, o HTS afirmou que libertou Bilal após uma “mediação”. O grupo afirma que o jornalista foi preso por “espalhar notícias falsas”, trabalhar com grupos que “minam a segurança” e “incitar autoridades” nas áreas controladas por rebeldes.

“As autoridades competentes não permitirão a continuação dessas situações que prejudicam a estabilidade da área”, disse o HTS. “Aguardamos em alguns dias a emissão de uma decisão contra Bilal pelo Judiciário”.

Enquanto estava detido, a esposa do jornalista deu à luz uma menina. Essa foi uma das duas ocasiões em que Bilal pôde deixar a prisão para ver a sua família nos últimos seis meses.

Bilal passou anos trabalhando como correspondente do Oriente Médio até se converter ao islamismo, aprender árabe no Egito e, por fim, viajar à Líbia para cobrir o conflito.

Ao chegar na Síria, em 2012, entrevistou rebeldes, grupos militantes com quem desenvolveu uma reputação de simpatizante. “A libertação de Bilal é uma boa notícia”, disse Jennifer Gibson, representante do grupo de direitos legais Reprieve.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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