Líderes ocidentais pressionam Israel para não responder militarmente a ataque do Irã

Em meio a um alerta máximo no Oriente Médio, lideranças pedem calma e contenção após bombardeio iraniano de sábado

No sábado à noite (13), pelo horário de Brasília, o Irã cumpriu suas ameaças anteriores ao lançar um amplo ataque contra Israel, usando cerca de 300 drones, mísseis de cruzeiro e balísticos, colocando o Oriente Médio em estado máximo de tensão. O Estado judeu afirmou que seu sistema de defesa antiaérea, conhecido como Domo de Ferro, conseguiu conter a agressão, contando principalmente com o apoio dos Estados Unidos e do Reino Unido. Teerã declarou o fim da ofensiva já no domingo (14), porém, a ação elevou as preocupações globais sobre a possibilidade de uma escalada na região.

Diante da situação, os líderes das sete nações mais industrializadas do mundo, conhecidas como G7, emitiram uma declaração conjunta condenando veementemente os bombardeios iranianos. Compreendendo os Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Reino Unido, Japão e Itália, o grupo manifestou sua determinação em “trabalhar em prol da estabilidade” na região do Oriente Médio.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, alertou sobre o perigo de uma escalada de conflito na região em decorrência do ataque, enfatizando a necessidade urgente de evitar tal cenário.

F-15I da Força Aérea Israelense se prepara para abater drones iranianos, em meio aos ataques de Teerã no último sábado (Foto: WikiCommons)

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reiterou o compromisso inabalável de seu país com a segurança de Israel, destacando que seu país não participaria de quaisquer operações ofensivas contra o Irã, repercutiu a rede CNN. O chefe da Casa Brasa, no entanto, acrescentou que o ocorrido no fim de semana mostra que “Israel não está sozinho em sua defesa” quando é alvo de agressão.

Antony Blinken, secretário de Estado norte-americano, mencionou que nas últimas 36 horas, Washington tem trabalhado junto com aliados para encontrar uma solução diplomática que evite que a situação piore. Ele enfatizou que os EUA “não estão buscando aumentar a tensão, mas vão continuar apoiando Israel e protegendo seu pessoal na região”.

Emmanuel Macron, presidente da França, pediu a Israel que evite a violência após o ataque do Irã. Além disso, ele anunciou que vai propor uma “trégua olímpica” durante os Jogos Olímpicos de Paris.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, durante visita à China, instou Israel a desempenhar um papel na redução da escalada de violência no Oriente Médio. Além disso, enfatizou a necessidade de o Irã interromper suas ações agressivas.

O secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, fez um apelo urgente para a suspensão imediata das hostilidades na região do Oriente Médio. Ele instou todas as partes envolvidas a exercerem máxima contenção, evitando ações que possam levar a grandes confrontos militares em várias frentes na região.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, condenou os ataques, destacando o “desrespeito” do regime iraniano pela paz e estabilidade na região. Ele reiterou o apoio ao direito de Israel de se defender contra tais ataques.

A China, principal parceira comercial do Irã, expressou preocupação com a atual escalada de tensões, conforme declarado por um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores. Beijing apelou às partes envolvidas para manterem a calma e a moderação, a fim de evitar mais escaladas de violência.

A Arábia Saudita, antiga rival regional do Irã, destacou a necessidade de evitar qualquer agravamento da crise, alertando para “possíveis consequências terríveis” se a situação se deteriorar.

O Egito, por sua vez, classificou os eventos recentes como uma escalada perigosa. O Ministério das Relações Exteriores enfatizou que as últimas hostilidades são um resultado direto do alerta repetido de Cairo sobre os perigos da expansão do conflito na região, especialmente devido à guerra israelense na Faixa de Gaza e às ações militares provocativas na região.

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