ONU condena ataques a hospital que mataram cinco em Gaza, incluindo recém-nascido

Ataques aéreos e mísseis atingiram o enclave, onde mais de 22 mil pessoas morreram desde o início do conflito com Israel

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Ataques aéreos e mísseis atingiram residências e edifícios públicos na terça-feira (2) em Gaza, incluindo o hospital Al-Amal em Khan Younis, resultado em cinco mortes. Um bebê de cinco dias está entre as vítimas fatais.

Após os bombardeios, a líder de equipe do Escritório de Assuntos Humanitários da ONU na região, Gemma Connell, afirmou através da rede social X, antigo Twitter, que “nenhuma criança no mundo deveria ser morta, muito menos aquelas que estão sob o emblema de uma organização humanitária. Isso precisa acabar.”

Connell destacou que o hospital estava “claramente marcado” com o logo do Crescente Vermelho Palestino. Cerca de 14 mil pessoas estavam abrigadas na instalação de saúde quando foi atingida por bombardeios duas vezes.

Os ataques também foram condenados pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus. 

Em sua rede social, ele lamentou os ataques ao hospital Al-Amal, acrescentando que os bombardeios “danificaram gravemente o centro de treinamento da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino localizado dentro do complexo hospitalar.”

Pedindo novamente por um cessar-fogo imediato, Tedros descreveu o episódio como “inconcebível”. O chefe da OMS explicou que o sistema de saúde de Gaza “está exaurido, com profissionais de saúde e trabalhadores humanitários continuamente impedidos em seus esforços para salvar vidas devido à violência.”

Céu da Faixa de Gaza cheio de fumaça devido aos pesados bombardeios (Foto: UNICEF/UNI44893)
Nenhum lugar é seguro

O mais recente relatório do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha) descreveu um “pesado bombardeio israelense por ar, terra e mar em grande parte da Faixa de Gaza” na terça-feira, juntamente com contínuos disparos de foguetes em direção a Israel por parte das forças palestinas.

Confrontos no solo também foram relatados na cidade ao sul de Khan Younis, juntamente com “fortes ataques” na cidade de Gaza ao norte.

O Ocha também destacou relatos de múltiplas fatalidades em áreas para onde os palestinos se realocaram, “seguindo ordens das forças israelenses para se moverem do norte de Gaza”.

Crescente número de mortos

Citando a autoridade de saúde de Gaza, a atualização humanitária da ONU disse que 207 palestinos foram mortos nos primeiros dias do ano e outros 338 ficaram feridos.

Entre 7 de outubro de 2023 e a última terça-feira, a guerra causou pelo menos 22.185 mortes de palestinos em Gaza, com 70% das vítimas sendo mulheres e crianças. Cerca de sete 7 mil pessoas estão desaparecidas e podem estar sob os escombros.

Segundo os militares israelenses, desde o início da operação terrestre em Gaza, 171 soldados foram mortos e 983 ficaram feridos.

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