Palestino que matou pessoas na fila da ajuda humanitária pega prisão perpétua

Indivíduo identificado como Moafak D. foi julgado na Alemanha, onde vivia como refugiado e havia sido detido em 2021

Um cidadão palestino identificado apenas como Moafak D. foi julgado e condenado à prisão perpétua pela Justiça da Alemanha nesta quinta-feira (23). Ele foi alvo de acusações de homicídio e crime de guerra por matar quatro pessoas na Síria em 2014. As informações são da agência Associated Press (AP).

O réu, atualmente com 55 anos, foi preso em 2021 em Berlim, onde vivia como refugiado. Ele era acusado de matar quatro pessoas que faziam fila para receber ajuda humanitária na cidade de Damasco, capital da Síria, no dia 23 de março de 2014.

Funcionários da ONU durante monitoramento em Homs, Síria, abril de 2012 (Foto: UN Photo/Neeraj Singh)

Moafak era membro de um grupo palestino não identificado, que possivelmente trata-se do Movimento da Palestina Livre. A missão dele no dia do crime era supervisionar a distribuição de alimento, mas em vez disso ele atacou as pessoas que esperavam pela ajuda humanitária. Para tanto, usou um granada disparada por uma arma antitanque.

Na ocasião, a região de Yarmouk, onde ocorreu o crime, estava isolada devido à guerra civil síria, gerando escassez de água, alimentos e remédios. Assim, ajuda humanitária passou a ser fornecida pela população, que formava longas filas para receber suprimentos. Além dos quatro mortos, duas pessoas ficaram feridas na explosão da granada.

Devido à gravidade do crime, o homem não terá o direito de ser libertado após 15 anos de prisão, como habitualmente ocorre na Alemanha mesmo em casos de prisão perpétua.

Embora o crime não tenha sido cometido na Alemanha, o caso foi julgado no país europeu com base no princípio da jurisdição universal, frequentemente usado por tribunais locais para levar criminosos de guerra ao banco dos réus.

Tags: