Polícia do Iêmen prende 21 suspeitos em investigação da morte de funcionário da ONU

Chefe de escritório local do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas foi morto a tiros na última sexta-feira

A polícia do Iêmen anunciou no sábado (22) a prisão de 21 pessoas suspeitas de ligação com a morte de Moayad Hameidi, chefe do escritório local do Programa Mundial de Alimentos (PMA), das Nações Unidas. As informações são da rede CNN.

Moayad Hameidi foi morto a tiros na sexta-feira (21) em Turbah, cidade perto da costa do Mar Vermelho. Ele estava no Iêmen há pouco tempo, tendo assumido a chefia do escritório da agência na província de Taiz. As identidades dos suspeitos detidos pelas autoridades não foram reveladas.

Após o assassinato do funcionário, Cindy McCain, diretora-executiva do PMA, se manifestou pelo Twitter.

“Eu condeno fortemente o assassinato implacável de nosso membro da equipe PMA no Iêmen hoje. Moayad era um dedicado humanitário. Ele serviu ao PMA com compromisso incansável por 18 anos no Sudão, na Síria e no Iraque. Os autores ​​devem ser responsabilizados. Trabalhadores humanitários nunca devem ser um alvo.”

O PMA também emitiu um comunicado sobre o crime e disse que seu funcionário “morreu logo após ser transferido para o hospital.”

No mesmo texto, Richard Ragan, representante do PMA e diretor nacional da agência no Iêmen, reforçou o protesto contra a violência que atinge trabalhadores humanitários, classificando atos do gênero como “uma tragédia inaceitável.”

Equipe da ONU na cidade portuária de Hudaydah, no Iêmen (Foto: UNMHA/Reprodução)
Por que isso importa?

O Iêmen vive uma guerra civil que começou no final de 2014, após o grupo rebelde dos houthis, alinhado ao Irã, expulsar o governo da capital Sanaa. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos militantes de oposição.

Desde 2021, os rebeldes têm intensificado os ataques com mísseis e drones contra empresas e órgãos governamentais sauditas, o que levou Washington a incluir o grupo em sua lista de grupos terroristas internacionais. Os houthis rejeitam a proposta saudita de cessar-fogo e exigem a abertura do espaço aéreo e portos do Iêmen.

crise humanitária reflexo do conflito é uma das mais graves do mundo, segundo a ONU (Organização das Nações Unidas). Cerca de dois milhões de civis migraram para cerca de 140 alojamentos improvisados no meio do deserto. O acesso a alimentos e água potável é escasso.

Mais de 13,6 mil moradores já deixaram Marib temendo a onda de violência que pode se instalar na cidade. Há relatos de que os houthis recrutam menores – em especial crianças – para a linha de frente das batalhas e para esgotar as munições das forças adversárias.

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