Porta-aviões dos EUA se dirige ao Oriente Médio em meio a especulações sobre um ataque ao Irã

Movimentação ocorre no momento em que crescem as especulações sobre um ataque israelense ao programa nuclear iraniano

Uma imagem de satélite divulgada na terça-feira (1º) flagrou o porta-aviões norte-americano USS Carl Vinson cruzando o mar de Sulu, nas Filipinas, a caminho do Oriente Médio. A movimentação ocorre no momento em que os EUA reforçam sua presença militar na região, em meio ao aumento das tensões com o Irã e os rebeldes Houthis do Iêmen. As informações são da revista Newsweek.

A embarcação, movida a energia nuclear, conta com caças F-35C, considerados os mais avançados da Marinha dos EUA. Segundo o Instituto Naval dos Estados Unidos (USNI, na sigla em inglês), a viagem até o Oriente Médio deve durar de duas a três semanas. O navio é acompanhado por outras duas embarcações de guerra: o cruzador USS Princeton e o destróier USS Sterett, além de um grupo aéreo com nove esquadrões.

Porta-aviões USS Nimitz (Foto: Marinha dos EUA/Flickr)

A passagem pelo mar de Sulu ocorre logo após uma visita programada ao porto de Guam, um importante ponto logístico dos EUA no Pacífico Ocidental. A região está situada a sudoeste das Filipinas, separada do Mar da China Meridional pela ilha de Palawan.

A movimentação do Carl Vinson faz parte de uma estratégia de redistribuição de forças no Oriente Médio. A embarcação vai se juntar ao USS Harry S. Truman, que já opera na região. Paralelamente, outro porta-aviões americano, o USS Abraham Lincoln, também deixou a base naval em San Diego nesta semana. Ele segue os passos do USS Nimitz, que já havia partido rumo ao Pacífico Ocidental no dia 26 de março.

“Após a conclusão de um exercício programado na região Indo-Pacífico, o grupo de ataque do porta-aviões Carl Vinson chegará à área de responsabilidade do Comando Central dos EUA para continuar promovendo a estabilidade regional, dissuadir agressões e proteger o livre fluxo do comércio na região”, disse o porta-voz do Pentágono Sean Parnell.

A movimentação militar acontece em um contexto delicado, conforme o presidente Donald Trump avalia retomar negociações nucleares indiretas com o Irã, enquanto ataques norte-americanos continuam atingindo posições dos Houthis, apoiados por Teerã. Paralelamente, crescem as especulações de que Israel, com apoio direto ou indireto dos EUA, pode em breve atacar as instalações nucleares iranianas caso um acordo não seja firmado.

Em resposta, o chanceler iraniano Abbas Araghchi declarou na rede X, antigo Twitter que recorrer ao uso da força seria um erro. “O engajamento diplomático funcionou no passado e ainda pode funcionar. Mas, deve ficar claro para todos que não existe, por definição, algo como uma ‘opção militar’, muito menos uma ‘solução militar’. Os fracassos catastróficos em nossa região, que custaram a administrações anteriores dos EUA mais de US$ 7 bilhões, são prova mais do que suficiente”, disse.

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