Restrições na Cisjordânia custaram US$ 50 bilhões nos últimos 22 anos

Restrições incluem veto a importação de tecnologia e insumos, burocracia, portões, montes de terra, bloqueios de estradas e trincheiras

Um novo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) revela que as restrições econômicas na Cisjordânia chegaram a US$ 50 bilhões entre 2000 e 2022. O estudo recomenda o fim da ocupação da Área C da Cisjordânia e Jerusalém Oriental por um desenvolvimento sustentável do Território Palestino. A medida permitiria que a economia da região aumentasse várias vezes.

O relatório “Custos econômicos da ocupação israelense para o povo palestino: o preço das restrições adicionais na Área C, 2000-2020” é uma parceria do Escritório da ONU sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) e a Assembleia Geral.

A estimativa é de que, a cada ano, o custo das restrições adicionais à área particular chegue a US$ 2,5 bilhões. Cisjordânia e Faixa de Gaza são administras por grupos palestinos.

Vista da cidade de Belém, na Cisjordânia (Foto: Daniel Case/Wikimedia Commons)

Cerca de 70% da Área C está nos limites de conselhos regionais de assentamentos. O PIB (Produto Interno Bruto) das terras palestinas e dos recursos naturais é visto como um “indicador do peso significativo suportado pelas populações com o surgimento e crescimento contínuo dos assentamentos.”

A série de restrições na área incluem a proibição da importação de certas tecnologias e insumos, um regime de autorizações rigoroso, controles burocráticos e postos, portões, montes de terra, bloqueios de estradas e trincheiras além do muro.

Contribuição anual

Autoridades de Israel são acusadas de facilitar a expansão dos assentamentos com restrições adicionais às atividades econômicas palestinas na Área C, além das que foram impostas nas Áreas A e B.

O relatório estima o custo dessas restrições em particular em 25% do PIB da Cisjordânia. A contribuição anual desses assentamentos para a economia da potência ocupante em US$ 41 bilhões ou 227% do PIB total palestino em 2021.

O valor que consta do relatório representa apenas uma fração do custo da ocupação israelense da Área C e Jerusalém Oriental, que “é em si uma pequena fração do custo econômico total imposto pela ocupação ao povo palestino na Cisjordânia e em Gaza.

A ONU ressalta como o acesso palestino a toda a Área C é necessário para o desenvolvimento sustentável e para o surgimento de um Estado Palestino viável e contíguo baseado na solução de dois Estados: um israelense e outro palestino.

O relatório enfatiza  a necessidade de suspender todas as restrições à atividade econômica palestina na Área C.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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