Terroristas da Al-Qaeda atacam posto militar e matam 12 no Iêmen

Jihadistas atingiram soldados de milícia apoiada por Abu Dhabi com granadas em nova escalada de violência no Iêmen

Um ataque da Al-Qaeda matou 12 pessoas no Iêmen nesta quinta (18). Os terroristas atingiram um posto militar da cidade de Ahwar, na província de Abyan, sul do país, com granadas de mão e metralhadoras, reportou a agência turca Anadolu.

Entre os mortos estão nove soldados das forças do Cinturão de Segurança, apoiadas pelos Emirados Árabes Unidos. A milícia é dominada pelo Conselho de Transição do Sul, que passou a apoiar o governo do Iêmen na disputa contra os houthis no ano passado.

O grupo paramilitar foi essencial na luta contra a Al-Qaeda e o Estado Islâmico nas principais cidades iemenitas. Por causa disso, os terroristas foram obrigados a recuar para áreas rurais, como é o caso de Ahwar, segundo informações do jornal saudita “Arab News”.

Os postos de segurança de Abyan são alvos frequentes de ataques geralmente atribuídos à Al-Qaeda no Iêmen. A organização jihadista se aproveita da guerra do Iêmen para reforçar a sua presença no sul do país realizando ataques contra os dois lados. O grupo não assumiu a autoria do ataque desta quinta-feira.

Terroristas da Al-Qaeda atacam posto militar e matam 12 no Iêmen
Ruínas após explosão de terroristas na cidade de Taiz, Iêmen, em setembro de 2015 (Foto: UN Photo/Anees Mahyoob)

Novos atentados

O episódio ocorre em meio a uma nova escalada de violência no Iêmen – a maior desde o início do conflito, em 2014. A disputa se acentuou após ofensiva dos rebeldes houthis na cidade de Marib, último reduto do governo iemenita, no norte do país.

Depois disso, outros fronts surgiram no conflito. “Há escaladas militares em Hajjah, Taiz e Hudaydah. A guerra voltou com força total”, afirmou o mediador da ONU (Organização das Nações Unidas) no Iêmen, Martin Griffiths, na terça (16).

A guerra do Iêmen começou após o grupo rebelde Houthi, alinhado ao Irã, expulsar o governo da capital Sanaa. Uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita interveio a favor dos antigos governantes, acusados de corrupção pelos houthis.

Seis anos depois, cerca de 80% dos 28,5 milhões de habitantes do Iêmen depende de alguma ajuda humanitária para viver, disse a ONU. Ao menos 400 mil crianças menores de cinco anos estão gravemente desnutridas e já não há combustível, água potável ou alimentos disponíveis em boa parte do país.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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