EUA restringe visto a membros do Partido Comunista chinês a apenas um mês

Antes da regra, qualquer cidadão chinês poderia ter o visto válido por até 10 anos; política atinge elite da China

As novas regras do visto norte-americano, em vigor desde quarta-feira (2), limitam a permanência de membros do Partido Comunista da China e seus familiares nos EUA por apenas um mês.

Antes, qualquer cidadão chinês – membro partidário ou não – poderia obter visto de visitante para os EUA com validade de até 10 anos. A lei deve acelerar a tensão entre as duas potências mundiais, apontou o “The New York Times”.

Além da restrição de tempo, os membros do partido só poderão entrar uma única vez no país. Na regra anterior, as autoridades aceitavam diversas entradas a qualquer tempo.

A política atinge a elite empresarial e governamental da China, já que as autoridades norte-americanas poderão determinar o status dos membros com base no pedido de visto e entrevista posterior.

EUA restringe visto a membros do Partido Comunista chinês a apenas um mês
Donald Trump em campanha eleitoral no Arizona, em outubro de 2020 (Foto: CreativeCommons/Gage Skidmore)

As medidas não afetam a elegibilidade de membros do partido para outros tipos de vistos, como imigração ou emprego. Estima-se que as mudanças afetem as viagens de cerca de 270 milhões de pessoas, conforme estimativas de Washington.

Segundo um porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, a mudança parte de uma “ação política”. “Aplicamos a lei para proteger nossa nação da influência maligna do Partido Comunista da China”, disse.

Em resposta, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, condenou a medida. “Esperamos que os EUA adotem uma visão racional e desistam de seu ódio e mentalidade anormal em relação ao Partido Comunista”.

Riscos

Por atingir a elite dominante da China, é possível que a resposta de Beijing à sanção seja mais um desafio ao novo presidente Joe Biden, eleito no início de novembro.

O democrata herda uma relação China-EUA deteriorada após o mandato de Donald Trump – o pior estado desde a normalização de relações, em 1979.

Apesar de prometer um enfoque diplomático diferente de Trump, Biden já afirmou que manterá tarifas e restrições às tecnologias chinesas.

“Primeiro consultarei os aliados para só então elaborar uma resposta mais abrangente às táticas comerciais chinesas”, disse ele em entrevista na terça (1).

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