O líder do Taleban, mulá Haibatullah Akhunzada, teve a forma grave do novo coronavírus e pode ter morrido durante o tratamento. A informação é da revista norte-americana “Foreign Policy“.
A doença do líder veio a público nesta quarta (1), durante entrevista com Moulawi Muhammad Ali Jan Ahmed, alto representante do grupo extremista, que controla partes do território do Afeganistão.
Ahmed teria dito que “nosso líder está doente, mas se recuperando”. Mas a revista afirma que o líder morreu de Covid-19, de acordo com outros três emissários do grupo baseados em Quetta, no Paquistão.
Há três meses Akhunzada não aparece em público. Seu último áudio foi divulgado antes do Ramadã, que começou em 23 de abril.
O líder do Taleban não está internado no Paquistão, mas em uma nação “poderosa, que é uma dos nossos aliadas”, afirmou Ahmed. Segundo as fontes da revista, consultadas em Quetta, o país em questão seria a Rússia.
Diversas lideranças também estavam contaminadas enquanto negociavam o acordo bilateral de cessar-fogo assinado em fevereiro com os EUA em Doha, no Catar.
A comunidade internacional teme mais um adiamento de um cessar-fogo mais longo entre o Taleban e o governo afegão. O líder do grupo, no momento, é o filho do fundador Mohamed Omar.
Segundo a “Foreign Policy”, os extremistas tem ganhado espaço desde 2011. A mudança vem na esteira da saída gradual dos EUA e das forças da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) do Afeganistão.
Hoje, entre os 398 distritos do país, 133 são controlados pelo governo. Cerca de 75 estão nas mãos do Taleban. Os outros 189 ainda são alvo de disputa.