Às vésperas dos Jogos de Inverno, China decide confinar 13 milhões de pessoas

Estratégia adotada pelas autoridades em Xi'an será a de "Covid zero"

Com vistas aos Jogos Olímpicos de Inverno em Beijing, a China intensificou os esforços para controlar novos surtos de coronavírus, impondo restrições a 13 milhões de moradores da cidade de Xi’an, no norte do país, após um aumento no número de infecções. A competição acontece entre o dia 4 e 20 de fevereiro e a estratégia adotada pelas autoridades será a de “Covid zero”, segundo informações da agência Associated Press (AP).

As normas estabelecem que apenas uma pessoa de cada família terá permissão para sair a cada dois dias, para comprar as necessidades domésticas. A regra entrou em vigor à meia-noite desta quarta-feira (22), e não há previsão até quando ela permanecerá.

Nesta quinta-feira (23), Xi’an, reconhecida como um importante centro industrial, notificou 63 casos transmitidos localmente, elevando o total da cidade para pelo menos 211. Não há informação se há relação com a nova variante Ômicron ou a Delta. Até o momento, a China registrou apenas sete casos de Ômicron – quatro no centro industrial de Guangzhou, dois na cidade de Changsha e um no porto de Tianjin.

Medidas de distanciamento social em Xi’an entraram em vigor nesta quarta-feira (Foto: Flickr/Divulgação)

As medidas sanitárias decretadas em Xi’an estão entre as mais rígidas desde 2020, quando o país asiático determinou lockdown a mais de 11 milhões de pessoas na cidade de Wuhan e seus arredores, onde o coronavírus foi detectado pela primeira vez em dezembro de 2019.

“Não estamos recebendo novos hóspedes e nenhum dos presentes está autorizado a deixar o hotel”, disse à AP uma recepcionista do Hanting Hotel em Xi’an, que se identificou como Li. “Somos todos obrigados a fazer um teste uma vez a cada dois dias. Haverá um impacto em nosso negócio e não temos ideia de quanto tempo isso vai durar”, acrescentou ela.

O governo chinês adotou medidas de controle da pandemia de acordo com sua política de levar as novas transmissões a zero, resoluções marcadas principalmente por bloqueios frequentes, uso de máscaras e testes em massa. Apesar de o sistema não ter sido infalível e de ter causado significativas interrupções nas viagens e no comércio, Beijing atribui a ela o controle do avanço do vírus.

A China relatou 4.636 mortes por Covid-19 e um total de 100.644 casos.

Tags: