Hidrelétricas: motor essencial para o futuro energético da América Latina

Hidrelétricas seguem essenciais, com vasto potencial ainda inexplorado na região

A energia hidrelétrica continua sendo essencial para a matriz energética da América Latina, representando mais de 40% da geração total da região. Apesar de avanços modestos em capacidade instalada, os países latino-americanos mantêm vasto potencial inexplorado, estimulado por recursos naturais abundantes, como rios da Cordilheira dos Andes e da Bacia Amazônica. As informações são da Water Power Magazine.

O Panorama Mundial da Energia Hidrelétrica 2025 da Associação Internacional de Energia Hidrelétrica (IHA) destaca tendências, desafios e iniciativas inovadoras em toda a região. Entre os principais pontos estão a modernização de usinas, investimentos em armazenamento bombeado e integração com fontes renováveis, como solar e eólica. Projetos pioneiros incluem a instalação de painéis fotovoltaicos sobre reservatórios e a expansão da certificação de sustentabilidade para usinas hidrelétricas.

Usina Hidrelétrica de Itaipu (Foto: WikiCommons)

Principais tendências e desafios incluem a modernização de usinas antigas para aumentar sua eficiência e prolongar a vida útil, além da integração híbrida da energia hidrelétrica com fontes solar e eólica. O setor também enfrenta desafios reputacionais, reforçando a necessidade de certificações sustentáveis.

Apesar dos avanços, apenas cerca de 30% do potencial hidrelétrico da região foi explorado, evidenciando uma oportunidade significativa de crescimento. Nesse contexto, o armazenamento por bombeamento surge como uma ferramenta estratégica para melhorar a integração das energias renováveis na matriz energética.

Países e projetos em destaque

O relatório da IHA descreve o desenvolvimento hidrelétrico em cada país:

  • Argentina: Queda na geração devido a secas, mas com forte investimento em modernização e novos projetos como Santa Cruz (1.310 MW) e Condor Cli (950 MW). Apenas 20% do potencial hidrelétrico é explorado.
  • Bolívia: Crescimento significativo no setor com projetos como Rio Madera (3.000 MW), complexo Ivirizu (1,16 TWh) e Miguillas (203 MW).
  • Brasil: Apesar de seca no final de 2024, mantém liderança regional com capacidade instalada de 110 GW. Projetos novos incluem a aquisição da Usina de Baixo Iguaçu (350 MW) e investimentos em Santo Antônio do Jari (393 MW) e Cachoeira Caldeirão (219 MW).
  • Chile: Atingiu 53% do potencial hidrelétrico estimado. Projetos relevantes incluem Los Cóndores (150 MW) e Pasada Piedras Negras (3 MW).
  • Colômbia: Energia hidrelétrica representa 64% da geração. Projeto Ituango (2,4 GW) em destaque, além de TZ II (10,5 MW) e Alejandría (2 MW).
  • Equador: Explora apenas 7% do potencial hidrelétrico; aposta em energia solar para compensar escassez. Projetos incluem Zamora G8 (3.600 MW) e Toachi-Pilatón (254 MW).
  • Guiana: Reativação do projeto Amaila Falls (165 MW), essencial para reduzir dependência do petróleo.
  • Peru: Aproveita 8% do potencial hidrelétrico; seis projetos somando 664 MW entrarão em operação até 2027, como San Gabán III (209,3 MW).
  • Uruguai: Hidrelétricas representam mais de 50% da produção de eletricidade; modernização da usina Rincón de Baygorria para 120 MW.
  • Venezuela: Setor enfrenta desafios devido a crise econômica; foco na restauração de usinas como o complexo General José Antonio Páez.

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