Otan acusa a Rússia de realizar campanha de sabotagem e desinformação em países da aliança

Jens Stoltenberg diz que Moscou age na tentativa de minar o apoio dos aliados ocidentais à Ucrânia na guerra em curso

O secretário-geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg, acusou na quinta-feira (2) a Rússia de realizar uma grande campanha maliciosa em países da aliança, que inclui atos de sabotagem e violência, disseminação de desinformação e ciberataques. As informações são da agência Associated Press (AP).

“Os aliados da Otan estão profundamente preocupados com as recentes atividades maliciosas em território aliado, incluindo aquelas que resultaram na investigação e acusação de vários indivíduos em conexão com atividades estatais hostis que afetam República Tcheca, Estônia, Alemanha, Letônia, Lituânia, Polônia e Reino Unido”, disse Stoltenberg em comunicado.

Secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, março de 2024 (Foto: NATO/Flickr)

O chefe da aliança não deu detalhes sobre as ações atribuídas à Rússia, que segundo ele continuem uma operação “híbrida” que “ameaça a segurança” dos países-membros e têm como objetivo central minar o apoio que a Otan vem fornecendo à Ucrânia na guerra em curso na Europa.

Na semana passada, Stoltenberg enviou um recado aos países-membros pedindo maior apoio a Kiev, conforme Moscou conquista vitórias no campo de batalhas enquanto os ucranianos aguardam novos pacotes de armas prometidos pelo Ocidente.

“Precisamos ser francos: a realidade é que, nos últimos meses, os aliados da Otan não cumpriram as promessas de apoio que fizeram”, disse o secretário-geral na ocasião. “É na Ucrânia que nossa resolução está sendo testada. Estamos testemunhando ataques e atrocidades diárias. A Rússia está sistematicamente destruindo a infraestrutura ucraniana, incluindo importantes usinas de energia”, acrescentou.

Naquela oportunidade, os EUA haviam acabado de aprovar um pacote de US$ 95 bilhões em ajuda militar a aliados, sendo a maior parcela destinada a Kiev. “Chegamos ao momento, nos unimos e conseguimos”, disse o presidente Joe Biden sobre a ajuda. “Agora precisamos agir rápido, e estamos.”

Entre os membros da aliança, o temor é o de que uma vitória sobre a Ucrânia encoraje a Rússia a atacar países da Otan. Os alvos em potencial seriam os países bálticos, Letônia, Lituânia e Estônia, e a Polônia, que em diversos momentos manifestaram preocupação com essa possibilidade.

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