Rússia acelera rearmamento e preocupa a Otan, alerta general alemão

Embora não considere iminente um ataque a países da Otan, militar diz que Moscou vem criando as condições necessárias para isso

A Rússia tem acelerado seus esforços de rearmamento mais rapidamente do que o previsto, segundo Christian Freuding, general de divisão da Alemanha e responsável pelo grupo de trabalho militar do país em apoio à Ucrânia. As declarações foram publicadas pelo jornal The Telegraph,

“As Forças Armadas russas não são apenas capazes de compensar suas enormes perdas de pessoal e material. Elas estão se rearmando com sucesso”, afirmou o militar, acrescentando que “a produção está crescendo, os estoques nos depósitos estão aumentando”.

Sob a liderança de Vladimir Putin, a economia russa foi redirecionada para sustentar o esforço de guerra e ainda tem recebido apoio externo significativo, com fornecimentos adicionais provenientes do Irã e da Coreia do Norte. Esses recursos têm contribuído para o reabastecimento de tanques, mísseis e drones russos, reforçando a capacidade militar do Kremlin.

Soldados das Forças Armadas da Rússia (Foto: facebook.com/mod.mil.rus)

Embora o general tenha afirmado que não há indícios claros de um plano imediato de Putin para atacar a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), ele alertou que o presidente russo está criando as condições necessárias para isso. A avaliação reforça as preocupações com o aumento das tensões entre Rússia e os países ocidentais.

Avanços russos na guerra

Enquanto isso, na Ucrânia, as forças russas têm intensificado os combates em torno de Pokrovsk, na região de Donetsk. O local, que abriga uma importante mina de carvão metalúrgico, é estratégico para a indústria siderúrgica ucraniana e para a logística militar do país. De acordo com fontes citadas pela agência Reuters, as atividades da mina foram interrompidas e os trabalhadores evacuados devido à proximidade das tropas russas.

A captura de Velyka Novosilka, na mesma região, também foi relatada como um avanço simbólico, demonstrando a progressão das forças russas desde meados de 2024. Além disso, analistas indicam que o controle de territórios estratégicos pode fortalecer a posição russa em futuras negociações.

No cenário político internacional, o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, propôs a busca por um acordo de paz para encerrar o conflito. Contudo, conselheiros de Volodymyr Zelensky consideram que tal iniciativa seria “um erro catastrófico”, especialmente diante da resistência ucraniana e do aumento do apoio popular a uma solução negociada.

Rússia e Otan: guerra nuclear?

Se Freuding vê um conflito ainda distante, o ex-presidente russo Dmitry Medvedev afirmou no domingo (19) que uma guerra nuclear entre Rússia e Otan quase foi iniciada sob o governo de Joe Biden nos EUA. Em publicação no Telegram, o aliado de Putin acusou o presidente norte-americano de perder o controle da situação ao transformar um conflito regional em uma guerra entre o Ocidente e a Rússia.

“O velho praticamente desencadeou uma guerra entre o Ocidente coletivo e a Rússia, que quase levou a uma troca nuclear com a Otan”, escreveu Medvedev, conforme relato da revista Newsweek.

Medvedev, que atualmente é vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, também criticou a postura econômica e política de Biden, classificando-a como desastrosa.

“Embora seja verdade que esta guerra beneficie os EUA economicamente, os custos políticos e o perigo real de um conflito fatal são muito mais importantes. É algo para o qual o velho não estava preparado”, declarou. O ex-líder ainda atribuiu ao presidente americano uma “derrota esmagadora” dos democratas nas urnas.

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