Pelo menos nove soldados do exército de Níger morreram durante um suposto ataque jihadista nesta quinta-feira (21), contra uma comitiva em que estava uma autoridade regional, em uma região próxima à fronteira do país com Burkina Faso. O atentado ainda deixou feridos e desaparecidos, segundo a rede Spectrum News.
Um grupo de rebeldes, armados com rifles e lança-foguetes, se aproximou do comboio pilotando motocicletas e interceptou os veículos oficiais a cerca de 18 quilômetros da cidade de Bankilare, na região oeste do departamento de Tillaberi. O turbulento território, localizado na tríplice fronteira com Mali e Burkina Faso, é reduto de grupos extremistas ligados ao Estado Islâmico no Grande Saara (EIGS) e à Al-Qaeda.
Dois veículos militares foram destruídos na ofensiva. O prefeito de Bankilare e seu guarda-costas não ficaram feridos. As forças armadas do Níger procuram os responsáveis.
O presidente do Níger, Mohamed Bazoum, visitou recentemente as áreas mais afetadas pela violência, onde prometeu apoio às comunidades e ações para estancar a violência, com o objetivo de reduzir a sensação de insegurança da população.
Por que isso importa?
Tillaberi é considerada o novo epicentro da onda jihadista que tomou o Sahel Central. A violência aprofunda os desafios de segurança enfrentados pelo novo presidente do Níger, Mohamed Bazoum, eleito no final de fevereiro.
Bazoum ocupa o lugar de Mahamadou Issoufou, que esteve à frente do país desde 2011 e deixou o poder após dois mandatos, na primeira transição presidencial pacífica do país desde a independência da França, em 1960.
O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.
No Brasil
Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.
Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.
Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.