O povo do Malaui, país no sudeste da África, vai às urnas nesta terça (23) para escolher um novo presidente depois que a eleição de maio de 2019 foi considerada anulada após acusações de fraude.
Dois partidos de oposição foram à corte constitucional pedindo nulificação de pleito que classificaram como “roubo em plena luz do dia”, segundo a Al-Jazeera. À época, a Comissão Eleitoral local declarou o atual presidente Peter Mutharika o vencedor por uma pequena margem.
Mutharika teria sido eleito com 38,57% dos votos, ante 35,41% do oposicionista Lazarus Chakwera. Essa suposta vitória gerou protestos que duraram meses nas principais cidades do país.
Os embaixadores de países como Alemanha, EUA, Japão, Noruega e Irlanda emitiram nota celebrando a decisão por um novo pleito e pedindo cuidado para evitar aumento no número de casos do novo coronavírus.
O país teve 730 casos confirmados e 11 mortes, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).
We are providing support to the MEC to reduce the risk of spread of Covid-19 on polling day, and encourage all voters to respect physical distancing guidance and to wear face coverings as they exercise their democratic right to vote.
— Malawi Elects ?? (@MalawiElects) June 22, 2020
Os candidatos oposicionistas receberam sentenças favoráveis ao pedido de anulação depois que foram detectadas fraudes e alterações nos votos dos eleitores. No último dia 8 de maio, a Suprema Corte do país decidiu, de forma inapelável, por um novo pleito.
No último dia 12, a data do novo pleito foi anunciada pela Comissão Eleitoral.

O vencedor do novo pleito terá de conseguir maioria de 50% mais um. Agora, os principais partidos se juntaram em coalizões.
A agremiação de Chakwera, Partido do Congresso do Malaui, disputa combinada ao Movimento de Transformação Unida como a Aliança Tonse, oposicionista. Nas eleições de 2019, os dois partidos conseguiram 56% dos votos.
Já o Partido Progressista Democrático, do atual presidente Mutharika, entra na disputa ao lado do Front Unido Democrático. Mutharika, irmão do ex-presidente Bingu wa Mutharika, tem como parceiro Atupele Muluzi, filho do ex-presidente Bakili Muluzi. Em 2019, a soma dos votos de ambos foi de 43%.
O atual presidente afirma ser vítima de um “golpe de estado jurídico”, segundo a Al-Jazeera. A última anulação de uma eleição presidencial na África foi no Quênia, em 2017.
