Suposto ataque extremista deixa 47 mortos em Burkina Faso

Apesar de nenhum grupo ter reivindicado a responsabilidade, jihadistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico (EI) estão em tensão crescente com as forças de segurança no país

Um ataque de supostos combatentes jihadistas contra um comboio militar matou 47 pessoas, sendo 30 civis, 14 soldados e três auxiliares do Exército, no norte de Burkina Faso, anunciou o governo do país. As informações são da agência Associated Press (AP).

Apesar de nenhum grupo ter reivindicado a responsabilidade pela ofensiva, ocorrida na região do Sahel africano, extremistas ligados à Al Qaeda e ao Estado Islâmico (EI) estão em permanente confronto com as forças de segurança no país da África Ocidental.

Um embate recente entre jihadistas e voluntários que atuam com as forças de segurança nacionais terminou com a morte de 22 pessoas.

Treinamento militar das forças de Burkina Faso (Foto: United States Army/Divulgação)

“Os militantes demonstraram capacidade de atacar civis mesmo sob escolta militar”, disse Rida Lyammouri, membro sênior do Centro de Políticas para o Novo Sul, uma organização com sede no Marrocos com foco em economia e política.

“Isso mostra o nível de informação que eles têm sobre a localização das forças de segurança e as rotas de trânsito que vão usar”, acrescentou.

A violência extremista e os confrontos com militares já mataram milhares e deslocaram cerca de 1,3 milhão de pessoas. O país mais pobre do mundo, conforme classificação da ONU (Organização das Nações Unidas), ainda luta contra o alastramento do Boko Haram, da Nigéria, que avança sobre o sudeste do país.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.



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