Casos caem pela primeira vez à medida que quarta onda de Covid-19 diminui na África

África do Sul, onde a variante Ômicron foi sequenciada pela primeira vez, registrou uma tendência de queda nas últimas quatro semanas

Pela primeira vez desde o pico da onda Ômicron, os casos semanais de Covid-19 na África caíram significativamente, bem como o número de mortes, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). Os novos casos relatados caíram 20% na semana que terminou em 16 de janeiro, enquanto as mortes caíram 8%.

A África do Sul, onde a variante foi sequenciada pela primeira vez e responsável pela maior parte dos casos e mortes recentes, agora registrou uma tendência de queda nas últimas quatro semanas. Os casos também caíram no resto do continente, com apenas o norte da África relatando um aumento nos casos, de 55%. A Ômicron já foi relatada em 36 países africanos e 169 nações em todo o mundo.

Segundo a diretora regional da OMS para África, Matshidiso Moeti, a aceleração, o pico e o declínio desta última onda foram “inigualáveis”, mas o seu impacto foi moderado, com menos mortes e menos hospitalizações. Apesar desses números, ela diz acreditar que a África “ainda precisa virar a mesa nessa pandemia”.

“Enquanto o vírus continuar a circular, novas ondas pandêmicas são inevitáveis. A África deve não apenas ampliar as vacinações, mas também obter acesso maior e equitativo à terapêutica crítica da COVID-19 para salvar vidas e combater efetivamente essa pandemia”, disse Moeti.

Agente de saúde aplica vacina à Covid-19 em homem do grupo de risco no centro de vacinação de Treichville, Costa do Marfim, em 1 de março de 2021 (Foto: UN Photo/Covax/Miléquêm Diarassouba)

Na semana passada, a OMS recomendou dois novos medicamentos, elevando o número de terapias aprovadas para 11. Agora, a agência está revisando os dados de outros dois remédios orais que prometem reduzir o risco de hospitalização

A OMS planeja enviar à África um número limitado de frascos de Tocilizumab, usado para tratar pacientes com casos graves. Cabo Verde e Uganda já receberam frascos. Burkina Faso, Gana e Tanzânia devem receber alguns nas próximas semanas. Outras entregas em maior escala são esperadas, com negociações em andamento.

Para Moeti, a profunda desigualdade que deixou a África para trás nas vacinas não deve ser repetida com tratamentos que salvam vidas. “O acesso universal a diagnósticos, vacinas e terapêuticas abrirá o caminho mais curto para o fim desta pandemia e nenhuma região do mundo deve ser deixada à margem deste esforço”, disse ela.

Embora os suprimentos de vacinas tenham aumentado, a taxa de vacinação permanece baixa, com apenas 10% da população do continente totalmente vacinada. Até agora, a África recebeu cerca de 500 milhões de doses de vacina e administrou 327 milhões. De acordo com Moeti, são necessários esforços significativos para aumentar a vacinação para atingir uma ampla faixa da população.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Tags: