Comunidade da Namíbia protesta contra exploração chinesa em minas de granito

Moradores de Rehoboth reivindicaram mais transparência na operação de empreiteira chinesa

A comunidade de Rehoboth, cidade localizada na região central da Namíbia, protestou contra a exploração de uma vasta área de minas de granito por uma corporação chinesa.

Em reunião, nesta segunda (31), os moradores reivindicaram mais transparência na operação da empreiteira Jointmen Investment CC, relatou a emissora local “New Era”.

Os protestos começaram depois que a corporação adiou um encontro para avaliar o impacto e o plano de gestão ambiental da mina sem avisar previamente a todos o envolvidos.

Comunidade da Namíbia protesta contra exploração chinesa em minas de granito
Comunidade de Rehoboth, Namíbia, em maio de 2017 (Foto: Divulgação/ Olga Ernst & Hp.Baumeler)

A falta de informações faz com que a população local se afaste do assunto, disse o parlamentar Jan van Wyk. “Esse desinteresse em saber a opinião dos moradores mostra que os cidadãos chineses não respeitam os recursos da Namíbia”, disse.

Segundo ele, os empreiteiros “escapam das perguntas” dos moradores e não respondem questões sobre o projeto. Os agricultores – grupo que mais deve ser afetado pela mina – reclamaram de não terem sido convidados para a reunião.

“É o primeiro ponto de falha”, disse um agricultor que pediu para não ser identificado. Segundo ele, as minas tendem a reduzir a renda que vem dos turistas na represa de Oanob devido à poeira.

O ponto de extração ficaria a menos de um quilômetro da cidade – fator que poderia espalhar os resíduos deixados pela mineração em toda Rehoboth. “Como agricultores, podemos perder nossas fazendas no longo prazo se essas pessoas decidirem estender a mina”, disse.

Planos chineses

A empreiteira Jointmen Investments já iniciou as tratativas para extrair granito nas minas da Namíbi. A corporação defende que o projeto criará empregos e acarretará em diversos benefícios econômicos, devido ao aumento do investimento no setor mineral do país africano.

O projeto força a remoção da vegetação em áreas de denotação, criação de trilhas e áreas de assentamento e armazenamento. Ativistas ambientais acusam empreiteiras chinesas de explorar recursos de forma indiscriminada em vários países do mundo, como Moçambique, Suriname, Ilhas Salomão e Zimbábue.

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