Pelo menos 70 pessoas morreram e cerca de 50 ficaram feridas durante 24 horas de intensos combates entre militantes do Estado Islâmico (EI) e forças de segurança da região autônoma de Puntland, na Somália, segundo autoridades locais citadas pela rede Voice of America (VOA).
Os confrontos ocorreram nas áreas de Dharin e Qurac, na região montanhosa de Cal Miskaad, em Bari. De acordo com fontes de segurança de Puntland, pelo menos 15 soldados da região e mais de 50 militantes foram mortos. O brigadeiro-general Mohamud Mohamed Ahmed, porta-voz das operações de segurança locais, afirmou que o embate “foi o mais intenso desde o início da ofensiva contra o EI no mês passado”.
“Confirmamos que pelo menos 57 militantes do Estado Islâmico, todos estrangeiros, foram mortos nos combates nas últimas 24 horas”, disse Ahmed. Ele não especificou o número exato de soldados feridos, mas sugeriu que as baixas foram significativas.
O porta-voz destacou a dificuldade da operação devido ao terreno montanhoso e ao uso de explosivos improvisados pelos militantes. “Em combates desse tipo, em um ambiente assim, a força atacante costuma sofrer mais baixas do que os defensores”, afirmou.

Na noite de terça-feira (4), um ataque com drones realizado pelos Emirados Árabes Unidos apoiou as forças de Puntland contra os militantes. Segundo comunicado oficial, as tropas locais conseguiram avançar, capturando a vila estratégica de Dharin em Togga Jecel e expulsando o inimigo de diversas áreas.
Esses combates ocorrem poucos dias após um ataque aéreo dos Estados Unidos contra a filial do EI na Somália, que teria atingido operativos de alto escalão do grupo extremista. O presidente somali, Hassan Sheikh Mohamud, agradeceu o apoio dos aliados na “luta contra o terrorismo internacional”.
Mais de 150 extremistas mortos
A ofensiva militar de Puntland, chamada de “Campanha Hilac”, foi lançada no mês passado após meses de preparação. Segundo as autoridades locais, mais de 150 militantes do EI já foram mortos em diferentes batalhas.
O líder de Puntland, Said Abdullahi Deni, fez um apelo à população para apoiar a operação, que busca desmantelar esconderijos extremistas em regiões montanhosas. A população respondeu com manifestações de apoio, como ocorreu em Bosaso, principal centro comercial da região.
Embora Puntland faça parte da Somália, suas relações com o governo federal são marcadas por tensões políticas, o que tem dificultado colaboração em operações de segurança. Especialistas alertam que o apoio logístico do governo central é essencial para o sucesso dessas ofensivas.
O EI tem uma presença menor na Somália em comparação com o grupo Al-Shabaab, mas analistas apontam para um crescimento das atividades extremistas no país. O número de combatentes do grupo teria aumentado de 400 para entre 500 e 600, com recrutas vindos do Oriente Médio e de regiões da África.