As operações de controle de gafanhotos-do-deserto no chifre da África e no Iêmen eliminaram cerca de meio bilhão de insetos. Assim, foi possível poupar alimentos para sete milhões de pessoas, informou a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) nesta quarta (8).
A ação, lançada em janeiro deste ano, impediu a destruição de um milhão de toneladas de alimentos pelos gafanhotos. A FAO teme uma nova onda após as chuvas de primavera, que oferecem as condições ideais para a reprodução dos gafanhotos.
A destruição causada por um novo enxame poderia levar a uma crise humanitária na Etiópia, Quênia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Iêmen, avaliou o diretor geral da organização, Qu Dongyu.
Mesmo antes do ressurgimento do surto de gafanhotos, 25 milhões de pessoas na África Oriental e 17 milhões de pessoas no Iêmen enfrentavam fome aguda este ano. A situação pode se tornar ainda pior com a pandemia do novo coronavírus.
A FAO teme ainda a disseminação da praga de gafanhotos-do-deserto, considerada a mais destrutiva do mundo pela FAO. Entre as áreas em perigo estão África Ocidental, Índia e Paquistão.
Em cada quilômetro quadrado, é possível encontrar até 80 milhões de gafanhotos. Para este ano, espera-se um “aumento dramático”, de cerca de 20 vezes.
Para a agência da ONU, falta financiamento para lidar com o problema. A FAO busca contribuições no valor total de US$ 311,6 milhões, mas recebeu apenas US$ 178,9 milhões até agora.