As partes envolvidas na guerra na Líbia devem retomar as negociações de cessar-fogo, segundo informações divulgadas pela ONU (Organização das Nações Unidas) nesta quarta (10).
O governo internacionalmente reconhecido e o Exército Nacional Líbio, comandado pelo militar Khalifa Haftar, teriam se reunido separadamente com negociadores das Nações Unidas, segundo a Reuters.
A Líbia está em guerra desde 2011, após a queda do líder Muammar Gaddafi, apoiada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte).
No momento, o governo internacional governa o noroeste do país. Haftar, controla o leste, com o apoio dos Emirados Árabes Unidos, Egito e Rússia.
No último dia 5, o governo da Líbia afirmou ter retomado o último reduto rebelde no oeste do país, a cidade de Tarhuna.
A retomada da estratégica cidade encerrou uma semana em que o governo restabeleceu controle total sobre a capital Trípoli. Isso inclui o aeroporto abandonado na região sul da cidade.
Nesta segunda (8), o governo internacionalmente reconhecido voltou a atacar as forças lideradas por Haftar. A tentativa era a de recuperar a cidade de Sirte, ponto estratégico entre Trípoli e Bengazi.
A retomada teria sido frustrada por ataques aéreos. Segundo a ONU, ao menos 19 civis morreram.

Apelo da ONU
Em maio, a enviada especial da ONU Stephanie Williams pediu o fim do incentivo estrangeiro no conflito da Líbia. A manifestação ocorreu uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Desde 2011, o país está sob embargo de armas pela ONU. No entanto, ainda assim há uma enorme entrada de equipamentos bélicos no país, enviados aos dois lados do conflito.
O grupo militar privado russo Wagner Group tem cerca de 1,2 mil homens na Líbia, trabalhando para fortalecer as equipes de Haftar. A informação é de um relatório emitido pela ONU.
O conselho já declarou que, se os incentivos estrangeiros continuarem, a ONU pode convocar esses países em público e impor sanções.