Helicópteros impedem emboscada contra tropas e matam 50 ‘bandidos’ na Nigéria

Helicópteros militares empreenderam o ataque no momento em que soldados em terra corriam o risco de sofrer um ataque de surpresa

Um ação aérea do exército do noroeste da Nigéria, na terça-feira (19), terminou com a morte de 50 “bandidos”, nome popularmente atribuído a grupos armados sem vínculo ideológico que atuam na região. Helicópteros militares empreenderam o ataque no momento em que soldados em terra corriam o risco de cair numa emboscada, segundo o site The Defense Post.

“Em uma ação de sucesso inspirador para as forças de segurança, mais de 50 bandidos foram neutralizados durante um ataque aéreo e terrestre combinado”, diz um comunicado assinado pelo oficial de segurança regional Samuel Aruwan. A ação ocorreu no distrito de Birnin Gwari, no Estado de Kaduna, na violenta região noroeste do país.

Os helicópteros avistaram os “bandidos” em motocicletas, no momento em que preparavam uma emboscada para as tropas terrestres. “Eles foram atacados vigorosamente pelo helicóptero e foram aniquilados”, afirmou Aruwan. Uma segunda aeronave entrou na ação pouco depois e conseguiu eliminar um grupo que tentava fugir.

Ação do exército da NIgéria contra grupos armados, em 2 de setembro (Foto: reprodução/Facebook)

Os “bandidos” não têm ligação com grupos jihadistas e agem a esmo, o que dificulta a ação das forças de segurança locais. Desde setembro, as forças de segurança nigerianas intensificaram a atuação no noroeste do país para combater esses grupos armados, cada vez maiores e mais ativos.

A ação do exército ocorre dois dias depois de um ataque de “bandidos” que matou 43 pessoas em um mercado popular no Estado vizinho de Sokoto.

Por que isso importa?

violência que atinge o noroeste da Nigéria forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas. Parte da população foge dos ataques dos “bandidos” e também da ação de grupos jihadistas como o Boko Haram. A violência se concentra sobretudo nos Estados de Sokoto, Zamfara e Katsina, mas já começa a se expandir para a região central do país.

Enquanto os jihadistas têm uma agenda ideológica muito clara, os “bandidos” agem somente por dinheiro e estão entre os maiores responsáveis pelos sequestros de jovens em idade escolar. As ações habitualmente ocorrem em instituições de ensino e visam grandes grupos de estudantes. O objetivo dos raptos é meramente financeiros, ou seja, receber o valor do resgate em troca da libertação das vítimas. As gangues também promovem invasões e saques em vilas, ações que têm aumentado ultimamente.

A violência no noroeste nigeriano aumentou nos últimos meses, e a OIM (Organização Internacional para as Migrações) estima que houve cerca de 50 mil deslocamentos internos no país desde janeiro de 2020. Adicionalmente, 80 mil pessoas rumaram ao vizinho Níger nos últimos dois anos, situação que as agências de apoio à população temem gerar uma nova crise humanitária.

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