Ataque de facção do Estado Islâmico contra base militar mata 22 soldados na Nigéria

Conflito ocorreu no noroeste do país, região marcada pela violência de grupos extremistas armados

Insurgentes do ISWAP (Estado Islâmico da África Ocidental) atacaram uma base do exército na Nigéria na madrugada de domingo (26), matando 22 soldados. As informações são do portal Sofrep.

A ofensiva ocorreu em uma base remota das forças nigerianas, localizada em Burkusuma, no estado de Sokoto, no noroeste do país, próximo à fronteira com o Níger.

Porta-voz do exército nigeriano, o general Benjamin Sawyerr explicou que as tropas fizeram frente ao ataque, matando um número expressivo de rebeldes do ISWAP. Afugentados, os extremistas recuaram pela fronteira, buscando refúgio em direção à cidade de Bassira.

Forças nigerianas durante treinamento (Foto: Picryl/Divulgação)

De acordo com a autoridade, os membros da organização jihadista estão sendo perseguidos em um trabalho conjunto entre tropas nigerianas e nigerinas. “O ataque fracassado foi rapidamente repelido pelas tropas”, disse Sawyerr. “Infelizmente, houve algum nível de baixas registradas por parte das próprias tropas durante o conflito”, acrescentou.

Segundo a agência Reuters, o ataque matou 14 soldados, cinco policiais e três membros de uma força de defesa civil.

O porta-voz acrescentou que o exército vem conduzindo operações de repressão contra a criminalidade no Estado de Sokoto, limpando a região da ação de bandidos. Ele deu a entender que o ataque pode ter relação com essas movimentações militares.

“As operações agressivas das tropas têm sido um espinho na carne do ISWAP e dos bandidos”, disse Sawyerr.

Por que isso importa?

A violência que atinge o noroeste da Nigéria forçou dezenas de milhares de pessoas a deixarem suas casas para buscar abrigo no vizinho Níger. Parte da população foge de ataques de grupos armados nos estados de Sokoto, Zamfara e Katsina, no noroeste do país. A violência parte de gangues armadas ao braço nigeriano da Al-Qaeda, Boko Haram, que também age na região.

Os fugitivos relatam a extrema violência contra civis, casos de assassinato, sequestro por resgate e saques a aldeias. As vítimas da violência estão autorizadas a buscar refúgio no Níger, apesar do fechamento da fronteira para evitar a disseminação do novo coronavírus.

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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