A violência que atinge o noroeste da Nigéria forçou cerca de 23 mil pessoas a deixarem suas casas para buscar abrigo no vizinho Níger. O número representa fugas apenas em abril, segundo o Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados).
Entre abril do ano passado e o mesmo mês deste ano, mas de 60 mil nigerianos deixaram o país. A maioria pediu abrigo no Níger, sobretudo na região fronteiriça de Maradi.
Parte da população foge de ataques de grupos armados nos estados de Sokoto, Zamfara e Katsina, no noroeste do país. A violência parte de gangues armadas ao braço nigeriano da Al-Qaeda, Boko Haram, que também age na região. Dentro do próprio país, o número de deslocados ultrapassa 19 mil pessoas.
Os fugitivos relatam a extrema violência contra civis, casos de assassinato, sequestro por resgate e saques a aldeias. As vítimas da violência estão autorizadas a buscar refúgio no Níger, apesar do fechamento da fronteira para evitar a disseminação do novo coronavírus.

A Nigéria já registrou 4,6 mil casos da doença e 150 mortes entre 28 de fevereiro e esta terça (12). Já no Níger são 832 infectados e 46 mortos pelo coronavírus. Os dados são da OMS (Organização Nacional da Saúde).
Os recém-chegados costumam precisar de roupas, alimentos, água, abrigo e serviços de saúde. Muitos precisam deixar grande parte dos bens para trás durante a fuga.
O Acnur trabalha para transferir pelo menos 7 mil desses refugiados para uma área segura. A entidade também trabalha no alívio para as comunidades que recebem essas pessoas na fronteira, onde também faltam serviços básicos e infraestrutura.
