Junta militar diz que frustrou tentativa de golpe e prendeu conspiradores em Burkina Faso

Promotor militar relatou a prisão de quatro indivíduos, com dois ainda foragidos. País já está sob um regime golpista

Autoridades em Burkina Faso anunciaram na quarta-feira (28) que frustraram uma tentativa de golpe de Estado contra a junta militar que centraliza o poder no país, revelando que oficiais do exército e outros indivíduos estavam envolvidos em um plano para tomar a capital Uagadugu. Segundo um comunicado oficial, a tentativa ocorreu na terça-feira (27). As informações são da agência Al Jazeera.

O porta-voz do exército, Rimtalba Jean Emmanuel Ouedraogo, afirmou que os supostos conspiradores foram presos, enquanto outros estão sendo ativamente procurados. O governo militar expressou sua determinação em “esclarecer totalmente essa conspiração” e “lamentou profundamente” que oficiais que haviam “jurado proteger sua pátria” tenham se envolvido em uma empreitada desse tipo.

Capitão Ibrahim Traoré, chefe da junta militar que governa Burkina Faso (Foto: twitter.com/capit_ibrahim)

O promotor militar do país relatou posteriormente a prisão de quatro indivíduos, enquanto dois permaneciam foragidos. Essa ação foi motivada por uma investigação iniciada com base em “alegações críveis de uma conspiração contra a segurança do Estado envolvendo agentes.”

No início deste mês, a mesma autoridade havia anunciado a detenção de três soldados que foram acusados de conspirar contra o governo militar liderado pelo capitão Ibrahim Traoré, que assumiu o poder em setembro de 2022.

Na terça-feira, milhares de manifestantes que expressavam seu apoio ao governo militar saíram às ruas da capital e outras localidades. Essa mobilização ocorreu em resposta a um chamado dos apoiadores de Traoré, instando as pessoas a “defendê-lo” diante de rumores de um possível motim espalhados pelas redes sociais.

Burkina Faso passou por dois golpes de Estado recentes. Uma tomada de poder ocorreu janeiro de 2022, quando oficiais descontentes derrubaram o presidente eleito Roch Marc Christian Kabore, que enfrentava protestos pela forma como combatia a sangrenta insurgência jihadista.

Mais tarde, em setembro, um segundo golpe levou a nova mudança no poder, com o capitão Traoré assumindo o governo central. A instabilidade só faz crescer o problema da insurgência de facções da Al-Qaeda e do Estado Islâmico (EI).

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