Justiça do Egito condena 22 militantes jihadistas à morte por enforcamento

Os insurgentes praticaram 54 operações em todo o país, incluindo a execução de um oficial de polícia e a tentativa de assassinato de um ministro

Um tribunal no Egito condenou ao enforcamento 22 militantes jihadistas nesta quinta-feira (25). Eles foram sentenciados à pena de morte após serem responsabilizados por mais de 50 atentados extremistas, incluindo a tentativa de assassinato de um ex-ministro do Interior. As informações são da rede Voice of America (VOA).

De acordo com as autoridade egípcias, os homens praticaram 54 operações em todo o país, incluindo a execução de um oficial de polícia e a tentativa de homicídio de Mohamed Ibrahim, que chefiava o Ministério do Interior. Eles são membros do grupo Ansar Beit al-Maqdis, afiliado ao Estado Islâmico (EI) desde 2014.

Entre os condenados está um ex-policial. O país tem leis severas para o crime, que vão da prisão perpétua à pena de morte por enforcamento. Os veredictos não podem ser apelados.

Justiça do Egito condena 22 militantes jihadistas à morte por enforcamento
Insurgentes eram ligados ao grupo Ansar Beit al-Maqdis, um afiliado do Estado Islâmico (Foto: Twitter/Reprodução)

Todos os condenados são acusados de ligações com o líder islâmico egípcio Hicham el-Achmawy, um ex-oficial das forças especiais que se rebelou contra as autoridades e foi executado em 2020. O insurgente, que havia deixado o exército do país em 2012, foi acusado de desempenhar um papel importante nas redes jihadistas transfronteiriças no norte de África. Durante muito tempo, ele foi um dos homens mais procurados no Egito.

Em 2018, Ashmawy foi capturado na cidade de Derna, no leste da Líbia, e extraditado para o Cairo. Ele havia sido julgado com os 22 homens condenados nesta quinta (25), mas já havia sido considerado culpado e enforcado em março de 2020.

Em abril, a Anistia Internacional (AI) denunciou que o número de execuções no Egito triplicou em 2020, tornando-se o terceiro país que mais executa penas de morte em todo o mundo, atrás somente da China e do Irã. Desde que o presidente Abdel Fattah al-Sisi chegou ao poder, em 2014, os tribunais egípcios condenaram cerca de três mil cidadãos à morte. O número é muito superior às cerca de 800 sentenças de morte proferidas entre 2008 e 2013.

O país está em meio a um conflito de anos contra uma insurgência no Sinai do Norte, disputa que se intensificou após a derrubada do exército em 2013 de Mohamed Morsi, o primeiro presidente democraticamente eleito do Egito.

No Brasil

Casos mostram que o Brasil é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino.

Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos.

Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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