Líder da ONU condena tentativa de golpe de Estado em curso no Gabão

Secretário-geral António Guterres cita 'graves violações' das liberdades fundamentais nas eleições e 'forte oposição' a tomadas de poder

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas) António Guterres, disse que está “seguindo de perto a evolução da situação no Gabão.” 

Na quarta-feira (30), militares anunciaram a tomada do poder na nação africana. O presidente Ali Bongo Ondimba foi detido e colocado sob prisão domiciliar, segundo agências de notícias. 

Falando a jornalistas, em Nova York, o representante de Guterres disse que o chefe das Nações Unidas “condena veementemente a tentativa de golpe em curso como forma de resolver a crise pós-eleitoral.”

Secretário-geral da ONU, o português António Guterres (Foto: UN Photo/Evan Schneider)

Segundo Dujarric, Guterres manifestou “profunda preocupação com o anúncio dos resultados eleitorais em meio a relatos de graves violações das liberdades fundamentais” e reafirmou sua “forte oposição aos golpes militares.”

Ele apelou a todos os envolvidos para que “tenham moderação, se envolvam num diálogo inclusivo e significativo e garantam que o Estado de direito e os direitos humanos sejam plenamente respeitados.”

Guterres também pediu ao exército nacional e às forças de segurança que “garantam a integridade física do presidente da República e da sua família.” Ele afirmou que as Nações Unidas apoiam o povo do Gabão.

Presidente detido

De acordo com os relatos das agências de notícias, o anúncio do golpe foi feito horas depois de o presidente ter sido declarado reeleito para um terceiro mandato numa eleição disputada.

Dujarric disse que cerca de 776 funcionários da ONU estão no Gabão atualmente e que todos eles estão em segurança.

Ele afirmou também que o representante especial da ONU para a África Central, Abdou Abarry, está realizando contatos com parceiros regionais e sub-regionais a respeito da crise. 

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