Milícia é suspeita de decapitar 13 pessoas no leste da RD do Congo

Exército pede que população não atenda a qualquer chamado e observe as fardas de militares que os abordarem

Treze pessoas foram encontradas decapitadas ao leste da República Democrática do Congo. O massacre ocorreu na noite de terça-feira (25), e a milícia ADF (Forças Democráticas Aliadas) é suspeita de realizar o ataque, reportou o “The Defense Post”. 

A chacina ocorreu na aldeia de Kisima-Vutotolia, a 30km de Beni, próximo a Uganda. “A situação em Kisima é trágica. Houve uma invasão da ADF por volta das 19h e 13 pessoas perderam a vida. Vários habitantes [da vila] também estão desaparecidos”, disse o prefeito Donat Kibuana à AFP. 

O chefe da aldeia e sua esposa estão entre os mortos, segundo o representante da sociedade civil Roger Masimango. O homem ainda afirmou que “dois bebês, de quatro e dois meses, respectivamente, foram encontrados vivos ao lado dos corpos dos pais assassinados”.

De acordo com o tenente Antony Mwalushayi, porta-voz das operações do exército na região, a população deve ficar em alerta, pois o grupo muda constantemente o modus operandi.

“Pedimos aos cidadãos que tenham muito cuidado durante a noite e não aceitem qualquer chamado. Mudamos o nosso fardamento, portanto, se alguém vir um soldado com uniforme de comando diferente, questione”, afirmou ao portal “Rádio Okapi”.

Desde novembro de 2019, a ADF já assassinou mais de mil civis em torno de Beni.

Só neste ano, cerca de 500 pessoas foram mortas nas províncias de Kivu do Norte e do Sul, próximos a Beni. 

Carro da ONU queimado em ataque das Forças Democráticas Aliadas em 2014, na República Democrática do Congo (Foto: Sylvain Liechti/UN Photo)

Milícia ligada ao EI

A ADF é um grupo islâmico ugandês que está escondido no leste da RD Congo desde 1995. A milícia é a mais mortal entre as dezenas de grupos armados que vagam pelo leste rico em minerais do país. A ADF também esteve presente nas duas guerras regionais entre 1996 e 2003.

Em 11 de março, os Estados Unidos declararam a milícia um braço do EI (Estado Islâmico).

No Brasil

Casos mostram que o país é um “porto seguro” para extremistas. Em dezembro de 2013, um levantamento do site The Brazil Business indicava a presença de ao menos sete organizações terroristas no Brasil: Al Qaeda, Jihad Media Battalion, Hezbollah, Hamas, Jihad Islâmica, Al-Gama’a Al-Islamiyya e Grupo Combatente Islâmico Marroquino. Em 2001, uma investigação da revista VEJA mostrou que 20 membros terroristas de Al-Qaeda, Hamas e Hezbollah viviam no país, disseminando propaganda terrorista, coletando dinheiro, recrutando novos membros e planejando atos violentos. Em 2016, duas semanas antes do início dos Jogos Olímpicos no Rio, a PF prendeu um grupo jihadista islâmico que planejava atentados semelhantes aos dos Jogos de Munique em 1972. Dez suspeitos de serem aliados ao Estado Islâmico foram presos e dois fugiram. Saiba mais.

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