ONU: Agências enviam apoio à RD Congo após erupção do vulcão Monte Nyiragongo

O Monte Nyiragongo começou a soltar lavas no sábado (22) e forçou dezenas de milhares de pessoas a fugir de suas casas

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas

AA ONU (Organização das Nações Unidas) informou que pelo menos 13 pessoas morreram e cerca de 5 mil perderam suas casas com a erupção do vulcão Monte Nyiragongo, perto de Goma, na República Democrática do Congo

O secretário-geral António Guterres expressou suas profundas condolências às famílias das vítimas, bem como ao governo e ao povo do país, numa nota lida pelo seu porta-voz. 

Stephane Dujarric afirmou que a ONU está preocupada porque o desastre acontece em um momento de aumento das necessidades humanitárias na região, que sofre com a insegurança e a atual crise econômica

ONU: Agências enviam apoio a RD Congo após erupção de vulcão Monte Nyiragongo
O céu fica vermelho em Goma, no leste da República Democrática do Congo, após a erupção do vulcão Monte Nyiragongo, maio de 2021 (Foto: Monusco/Tsok James Bot)

A última erupção do Nyiragongo, um dos vulcões mais ativos e perigosos do mundo, aconteceu em 2002 deixando mais de 100 mil desabrigados. Após o acidente, a maioria dos moradores fugiu para a localidade de Sake, na província congolesa de Kivu do Norte, ou para Ruanda, o país vizinho. 

Com a liberação das lavas e a fumaça, a principal linha de abastecimento de alimentos para Goma permanece bloqueada. Houve danos às linhas de energia e ao abastecimento de água, interrompendo os serviços para cerca de meio milhão de pessoas. 

A missão de paz da ONU, Monusco, também está em alerta máximo. Durante a erupção, a missão organizou vários voos de helicóptero, inclusive com especialistas em vulcões, para avaliar a trajetória da lava. A Missão compartilhou informações com as autoridades locais para orientar a resposta. 

As correntes de lava pararam junto de Munigi, cerca de 5 km a nordeste de Goma. O aeroporto, que fica próximo, foi fechado, dificultando a movimentação de equipes humanitárias e de funcionários do governo, bem como o transporte de suprimentos e as evacuações. 

Cooperação 

A ONU atua com autoridades locais e dá suporte no fornecimento de água, abrigo e saúde e ajuda a localizar parentes dos desalojados. A Missão está pronta para limpar as estradas principais que levam a Goma assim que possível.  

A erupção do Monte Nyiragongo ocorre em um momento de grandes necessidades humanitárias na província de Kivu do Norte. Cerca de 44% dos 5 milhões dos deslocados internos no país vivem nesta província. Além disso, 3,2 milhões de pessoas, cerca de 33% da população, já sofrem de insegurança alimentar grave.

No fim de semana, o Unicef (Fundo da ONU para a Infância) informou que ao menos 150 crianças foram separadas de suas famílias. A agência teme que mais de 170 crianças estejam desaparecidas.

Mais de 5 mil pessoas cruzaram a fronteira com Ruanda no sábado, e pelo menos 25 mil precisaram se deslocar em Sake, 25 km a noroeste de Goma. No entanto, a maioria das pessoas está voltando lentamente para casa, já que a lava parou de fluir. 

Também há preocupação com o retorno de centenas de pessoas a Goma, onde encontrarão suas casas danificadas e terão que lidar com falta de água e eletricidade. Dezenas de crianças na área próxima ao aeroporto ficaram desabrigadas e desamparadas. Pelo menos cinco mortes estão diretamente relacionadas à erupção em Buhene, Kibatshi e Kibumba. 

Resposta 

Uma equipe do Unicef está nas áreas afetadas de Sake, Buhene, Kibati e Kibumba para fornecer uma resposta de primeira linha, incluindo a instalação de pontos de água de cloração para limitar a propagação do cólera.  

A agência também está instalando dois centros para crianças desacompanhadas e separadas, em colaboração com as autoridades locais, e trabalhando com parceiros para encaminhar casos de violência de gênero e abusos. 

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