Minusma já reduziu em um quarto as operações no Mali, mas ONU permanecerá

Operação envolve a retirada de 12.947 boinas-azuis, 5,5 mil containers de equipamentos da ONU e quase quatro mil veículos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

A Missão das Nações Unidas no Mali (Minusma) já reduziu em 25% sua presença geográfica no país. A informação foi transmitida ao Conselho de Segurança na segunda-feira (28) pelo representante especial do secretário-geral na nação africana, El-Ghassim Wane.

A operação de retirada envolve a repatriação de 12.947 boinas-azuis, a realocação de uma carga de 5,5 mil containers de equipamentos da ONU e quase quatro mil veículos. A transição também envolve o fechamento e entrega de 12 campos e uma base operacional para as autoridades civis malianas. 

Wane afirmou que “encerrar em seis meses uma missão construída ao longo de uma década é uma tarefa ambiciosa e complexa.”

Membros da operação de paz da ONU atuam durante a crise política no Mali (Foto: Minusma/Gema Cortes)

O fim do mandato da Minusma foi aprovado em junho a pedido das autoridades de transição malianas. A retirada deve terminar em 31 de dezembro de 2023.

Dentre os desafios, o representante especial ressaltou as restrições causadas pela geografia, pelo clima, pela logística e pela infraestrutura, às quais se adicionam “graves riscos associados à situação de segurança prevalecente.”

Ele afirmou que até o momento houve alguns incidentes de segurança, mas “nenhuma perda de vidas ou ferimentos graves.”

Compromisso com a população

Para a população do país, o representante especial afirmou que “a Minusma está saindo, mas as Nações Unidas ficam”, com suas agências e projetos voltados para apoiar os malianos e para acompanhar a estabilização do país. 

Wane também explicou que a Minusma tem um mandato residual até o fim de setembro para facilitar a prestação de assistência humanitária. Segundo ele, “a missão está atuando na proteção de pistas de pouso e decolagem de aviões” para apoiar a entrega de ajuda por agências do setor humanitário. 

Ao Conselho de Segurança, o funcionário explicou que a primeira fase da retirada começou em 17 de julho, com o fechamento de postos avançados menores e distantes e na redução da presença geográfica em 25%. Esta etapa foi concluída em 25 de agosto. 

Negociações

Além disso, Wane informou que “estão em curso negociações para finalizar um Acordo-Quadro abrangente que definirá as obrigações das duas partes, em conformidade com os instrumentos e políticas relevantes das Nações Unidas.”

Ele enfatizou que trabalha para garantir “que a retirada ocorra a tempo, tal como estipulado pela resolução do Conselho de Segurança acordada com o governo maliano.”

Até fevereiro deste ano a Minusma contava com mais de 17 mil integrantes. Criada em 2013, a missão tinha como foco tarefas relacionadas à segurança em apoio à estabilização do país, após o conflito entre tropas do governo e movimentos armados em 2012.

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