Na África, bloco de nações compra 270 milhões de doses da vacina de Covid

União Africana tem doses para 10% da população; em 2ª onda, África registra 30 mil novos casos por dia

A UA (União Africana) confirmou nesta quarta (13) a aquisição de 270 milhões de doses da vacina contra a Covid-19. Apesar do volume, o montante deve ser suficiente para imunizar com duas doses apenas 10% do continente, com 1,3 bilhão de habitantes.

Nesta quinta (14), o diretor dos Centros Africanos para Controle e Prevenção de Doenças do bloco, John Nkengasong, afirmou que a população não pode contar com as vacinas como antídoto imediato contra a pandemia.

“Não devemos ver as vacinas como uma solução mágica por enquanto. Levará tempo para que tenhamos imunidade coletiva”, disse Nkengasong à Reuters. A África comprou as doses da Pfizer, da AstraZeneca, via Serum Institute of India, e Johnson & Johnson.

Na África, 270 milhões de doses devem imunizar apenas 10% da população
Estudantes usam máscara em escola primática de Luwambaza, no Malaui, em setembro de 2020 (Foto: Unicef/Malawi)

Na segunda onda de contágios, a África registra cerca de 30 mil novos infectados por dia. Sem previsão para o início da vacinação, o pico ainda está por vir, disse Nkengasong.

Ao todo são 3,1 milhões de contaminados e 74,6 mil mortes pelo vírus. “Países africanos, pedimos que mantenham todas as medidas de saúde pública, como o uso de máscara e as restrições de movimento”, apelou.

Distribuição das doses

Agora, as 54 nações africanas deverão aprovar as vacinas em blocos para acelerar a distribuição das doses. Uma saída para a necessidade de armazenamento em cadeias ultracongeladas – de até -70°C – é a descentralização da logística fora das grandes cidades.

“Os países já armazenariam e distribuiriam essas vacinas no interior do país, onde a demanda é alta e é possível manter os freezers funcionando”, disse.

Além das vacinas já adquiridas pela União Africana, o continente também espera receber outras 600 milhões de doses da iniciativa Covax, gerenciada pela OMS (Organização Mundial da Saúde).

Desde o início da pandemia, autoridades africanas entraram em contato com cerca de dez fabricantes de vacinas para garantir imunização a pelo menos 60% da população.

Para aplicar duas doses, como sugerem os especialistas, seria necessário 1,5 bilhão de doses da imunização para a África – um esforço que custaria cerca de US$ 10 bilhões.

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