Na Tanzânia, oposição foge sob ameaça após denúncia de fraude nas eleições

Adversários de John Magufuli, Tundu Lissu está na embaixada alemã e ex-parlamentar Godbless pediu asilo ao Quênia

Após denunciar fraude nas eleições da Tanzânia, realizadas no dia 28, dois opositores ao presidente reeleito, John Magufuli, pediram refúgio, informou o portal Nation Africa no domingo (8).

O principal adversário de Magufuli no pleito, Tundu Lissu, está na embaixada da Alemanha na capital Dar es Salam desde a última quarta (4). Já o ex-parlamentar Godbless Lema fugiu para o Quênia com a esposa e os três filhos. Ele deve pedir asilo ao país vizinho.

Ambos alegam terem recebido diversas ameaças de morte. “Estarei aqui até que minha segurança esteja garantida”, disse Lissu à Deutsche Welle Africa.

Sem cobertura da mídia e com redes de comunicação bloqueadas, o país de 56 milhões de habitantes no sudeste da África teve suas eleições marcadas por um Judiciário enfraquecido, prisões arbitrárias e perseguição política.

Ameaçados, opositores se refugiam após contestar resultados de eleições da Tanzânia
O principal adversário de John Magufuli, Tundu Lissu, durante sua campanha à presidência da Tanzânia em 2015 (Foto: WikiCommons/Likumbage)

A polícia deteve os políticos por desordem pública após protestos contra os resultados das eleições da Tanzânia, que concederam a Magufuli a vitória com 84% dos votos. A NEC (Comissão Eleitoral Nacional) rejeitou as acusações de fraude.

“Tundu Lissu já foi baledo no passado, então corremos risco quando se trata de segurança”, disse o advogado Robert Amsterdam. O político ficou no exílio por três anos após um ataque sob supostas motivações políticas.

Desde a eleição de Magufuli, em 2015, a oposição da Tanzânia denuncia ataques e proibição de manifestações políticas. As disputas em contestação aos resultados eleitorais do país teminaram com dez mortes na ilha de Zanzibar, no dia 29.

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