Duas semanas antes da eleição, cresce violência à oposição na Tanzânia

Pleito está agendado para 28 de outubro e terá atual presidente, John Magufuli, em busca de novo mandato

O governo do presidente da Tanzânia, John Magufuli, limitou a cobertura da mídia internacional no país e agora tem incitado violência policial contra opositores e ativistas a duas semanas das eleições presidenciais.

Magufuli tenta uma reeleição no pleito previsto para o dia 28 de outubro. As informações são do jornal norte-americano “Washington Post”.

Com um Judiciário enfraquecido, ativistas denunciam intimidação, assédio, prisões arbitrárias e processos por acusações forjadas aos líderes de oposição. Partidos não alinhados também alegam que centenas de candidatos foram desqualificados de forma injusta da eleição.

Cresce repressão na fase final pré-eleições da Tanzânia
O presidente da Tanzânia, John Magufuli, em discurso na cidade de Arusha, em março de 2016 (Foto: Flickr/Paul Kagame)

A Comissão Eleitoral da ilha de Zanzibar também teria impedido a emissão títulos eleitorais para uma parcela dos cidadãos – a maioria contrária a Magufuli.

Grupos de direitos humanos apontam um recuo democrático no país desde a posse do presidente, em 2016. Como tem controle do Parlamento, Magufuli aprovou uma série de leis que aumentam o poder do governo sobre a política do país.

Um exemplo é a proibição dos comícios, norma que entrou em vigor no ano da ascensão de Magufuli à Presidência. Os eventos foram retomados apenas para as eleições deste ano.

Imprensa enfraquecida

Outra forma de suprimir dissidência foi por meio da lei, também aprovada em 2016, que autoriza o governo a suspender veículos que reportem “alegações de corrupção e violação dos direitos humanos”.

O regulamento também permite que o governo policie a internet e censure postagens online. O veículo mais atingido foi o jornal Daima, banido em definitivo do país.

A cobertura da imprensa internacional também está limitada: apenas emissoras que tenham licença de parceiros locais poderão obter a permissão do órgão regulador para transmitir conteúdo.

A medida é uma forma de dificultar a entrada de jornalistas profissionais e não alinhados ao governo, disse a Anistia Internacional.

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