ONU: Insegurança alimentar recorde afetou Angola, Moçambique e Timor Leste em 2020

Países estão em lista de 55 nações que viveram fase mais aguda da fome que atingiu 155 milhões de pessoas em 2020

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONUNews, da Organização das Nações Unidas

Um novo relatório revela que 2020 marcou um recorde de cinco anos no número de pessoas em insegurança alimentar aguda. Um grupo que precisa de auxílio urgente e meios de subsistência em países com situação crítica. 

A análise foi lançada esta quarta-feira pela GNAFC (Rede Global Contra a Crise Alimentar). A Rede integra agências da ONU, a União Europeia, além de entidades governamentais e não-governamentais combatem a fome.     

Segundo o Relatório Global sobre Crises Alimentares de 2021, milhões de pessoas continuam arrastadas para a insegurança alimentar aguda devido a conflitos ou choques econômicos associados à Covid-19 ou condições meteorológicas extremas. 

ONU: Insegurança alimentar recorde afetou Angola, Moçambique e Timor Leste em 2020
Mulher pega água em alojamento para refugiados após ciclone Eloise em Moçambique, janeiro de 2021 (Foto: Unicef/Ricardo Franco)

No ano passado, pelo menos 155 milhões enfrentaram insegurança alimentar aguda em 55 países em crise. A situação corresponde a um aumento de cerca de 20 milhões em relação ao ano anterior e faz soar o alarme sobre o aumento da insegurança alimentar aguda desde 2017, quando foi feito o primeiro estudo.  

Angola e Moçambique estão entre seis nações da África Austral onde 90% de crianças passam fome ao lado dos vizinhos República Democrática do Congo, Madagascar, Tanzânia e Zâmbia. 

Rendimento  

Cabo Verde e Guiné-Bissau estão entre 12 Estados-membros da África Ocidental onde 10,5 milhões de pessoas vivem situação de crise ou mais grave. O mesmo ocorre com Burkina Faso, Chade, Gâmbia, Guiné-Conacri, Mali, Mauritânia, Níger, Senegal e Togo. 

Já Timor-Leste está no novo grupo de nações de rendimento baixo ou médio que em 2020 pediram assistência externa para populações afetadas por eventos meteorológicos extremos, conflitos, insegurança ou crises econômicas.   

O estudo realça que as perspectivas para 2021 são sombrias, um ano após a declaração da pandemia. Fatores como conflitos e restrições relacionadas à Covid-19 evidenciam essas dificuldades econômicas, e quando aliados à ameaça persistente de condições climáticas adversas aumentam os receios de novas crises alimentares. 

Piores crises    

África abriga quase 98 milhões de pessoas que enfrentaram insegurança alimentar aguda em 2020. A proporção das vítimas é de duas em cada três em relação ao total global. 

Em outras partes do mundo, a situação é considerada crítica em países como Iêmen, Afeganistão, Síria e Haiti que figuram entre as 10 piores crises alimentares do ano passado.   

Em 2021, embora os conflitos sigam sendo o maior impulsionador de crises alimentares, fatores como Covid-19 e restrições relacionadas aliados a eventos climáticos extremos agravarão a insegurança alimentar em economias frágeis.

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