ONU relata mais de cinco milhões de deslocados pelo conflito no Sudão

Segundo as Nações Unidas, 4,1 milhões de pessoas vivem deslocados em território sudanês, enquanto mais de um milhão deixaram o país

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O Escritório da ONU para Assuntos Humanitários (Ocha) confirma que cerca de 5,3 milhões de pessoas foram forçadas a deixar seus lares com a eclosão do conflito no Sudão.

Dados da entidade da ONU (Organização das Nações Unidas) revelam que 4,1 milhões vivem deslocados em território sudanês e mais de um milhão são refugiados em países vizinhos, quase cinco meses após a intensificação do conflito entre as Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês) as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), uma milícia armada.

No domingo (10), o subsecretário-geral para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, disse ter falado com o general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por Hemedti, das RSF. No diálogo, o chefe humanitário enfatizou a urgência de se impulsionar o acesso aos necessitados.

Famílias com crianças que fugiram do conflito no Sudão rumo ao Egito (Foto: Radwan Aboulmad/Unicef)

Para o subsecretário-geral, a resposta atual não satisfaz as necessidades humanitárias extraordinárias. A expectativa é que após encontros com os chefes das partes envolvidas no conflito seja possível alcançar muito mais pessoas.

A previsão é de que o fluxo de sudaneses fugindo para as nações vizinhas aumente com a “continuação da violência e do horror”. A assistência internacional aos países vizinhos requer US$ 1 bilhão, segundo o Ocha.

Grandes populações de refugiados

O Chade é o maior anfitrião de sudaneses gerados pela crise, albergando mais de 412 mil. Seguem-se Egito, Sudão do Sul, Etiópia e República Centro-Africana

O Sudão já acolhia grandes populações de refugiados antes de ser afetado pela emergência em andamento.

O Ocha adverte que, tal como os países de acolhimento, o Sudão precisa agora de mais apoio para fornecer proteção e assistência essencial, inclusive para deslocados pela segunda vez no país.

Identificação de famílias vulneráveis

As necessidades urgentes incluem água, comida, abrigo, saúde e artigos básicos de auxílio, de acordo com as Nações Unidas.

Entre as ações prioritárias estão o registro de recém-chegados, a transferência para longe das zonas fronteiriças, a identificação de famílias, especialmente vulneráveis e de pessoas com necessidades específicas.

A comunidade humanitária também pretende criar mecanismos para prevenir e responder à violência baseada no gênero e garantir serviços de cuidados alternativos para crianças refugiadas não acompanhadas.

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