ONU relembra Genocídio em Ruanda e alerta para a onda de intolerância em todo o mundo

António Guterres diz que prevenção do genocídio é dever dos Estados-Membros e pede vigilância para evitar novos casos do gênero

Na última sexta-feira (7), a ONU (Organização das Nações Unidas) marcou o Dia Internacional de Reflexão sobre o Genocídio de 1994 contra os tutsis em Ruanda. No total, cerca de um milhão de pessoas morreram em cem dias, incluindo hutus e cidadãos que resistiram ao ato.

Em mensagem sobre o massacre, ocorrido em 29 anos, o secretário-geral destaca a responsabilidade compartilhada para a prevenção desse tipo de atos, de outros crimes de guerra, contra a humanidade ou violações graves do direito internacional.

A Assembleia Geral agendou uma cerimônia com os 193 Estados-membros para refletir sobre o evento na sexta-feira. A sede expõe fotografias e registros de sobreviventes da autoria do fotógrafo americano Jim Lommasson.

Corpos de ruandeses mortos em campos de refugiados mal abastecidos durante o episódio conhecido como genocídio de Ruanda, em outubro de 1994 (Foto: Divulgação/U.S. National Archives)

Em sua mensagem, o secretário-geral António Guterres ressalta o reconhecimento global da jornada do povo ruandês em direção à cura, restauração e reconciliação.

O líder da ONU destacou ainda que tal lembrança é acompanhada de vergonha, pelo fracasso da comunidade internacional. A mensagem enfatiza que em uma geração após o genocídio, nunca se deve esquecer o que aconteceu e é preciso garantir que as gerações futuras sempre se lembrem do massacre.

Na atualidade, o secretário-geral alerta sobre a facilidade de se espalhar o discurso de ódio, que é um indicador-chave do risco de o genocídio se transformar em crime odioso.

Prevenção de genocídio como dever

O secretário-geral ressalta que a complacência diante do tipo de atrocidade revela cumplicidade com o ato. Ele desataca que  nenhum lugar e nenhum tempo está imune ao perigo, incluindo os dias atuais.

Para António Guterres, a prevenção de genocídio é também um dever fundamental de todos os Estados-membros das Nações Unidas.

Ele apela à comunidade internacional que esteja unida e se mantenha firme contra o aumento da intolerância e siga vigilante e pronta para agir contra o tipo de ação.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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